Archive for the ‘Jazz’ Category

Carol Govari Nunes@carolgnunes

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Registro fotográfico da noite (Foto: #euzinha)

“Pegue o seu sorriso e enfia no cu / Eu quero ver você sorrir com o cu cheio de dentes”. Acordei cantando esse trecho fofo da balada mais amor que eu ouvi nas últimas 24 horas. Na real, meu cérebro tava uma mistura de “Brindemos / Fa-fa-fa-fa” e “Adelaide nãoseioque”, que já esqueci porque não escrevi assim que acordei. Deve ter um dedo do negrinho (não, vocês também não falam “brigadeiro”) de Jack Daniel’s que entrou no cardápio do Gisarole Pub na noite de ontem, mas deixemos isso para o meu livro de críticas culinárias.

Pois bem. Localizado no bairro Santana e atendendo o público há 44 anos, o Girasole Pub está com uma noite +QD+ encabeçada por ninguém menos que o vocalista da Bidê ou Balde. Quem pensa que a Bidê tem as letras mais nonsense do cenário gaúcho é porque nunca viu o alter ego de Carlinhos em ação. Intitulado “Bife Simples” e improvisando com tudo e todos que estiverem ao redor, tivemos uma noite regada a clássicos jamais ouvidos e improvisos esdrúxulos e alucinatórios, os quais fizeram a alegria da juventude presente no pub.

Com uma musicalidade incompreendida por muitas pessoas da raça humana que habitam este universo, Carlinhos recebe toda quinta-feira vários amigos no minipalco do Girasole para noitadas musicais completamente descompromissadas. Quem também faz parte das Quintas do Gira são seus companheiros da Império da Lã (Chico Bretanha e Jojô Lalá), outra banda sem repertório nem formação fixa. Auto-intitulada como “uma junção de artistas para farrear e trabalhar, que se recusa a adotar a reforma ortográfica da língua portuguesa por pura simpatia com a trema”, a Império da Lã é uma banda-instalação-readymade anti-totalitarista, pró-álcool-festa-e-libertinagem. Entendam como conseguirem.

Entendam como conseguirem, também, o processo de composição do artista em questão. Ou melhor, não entendam: apareçam nas Quintas do Gira para ter uma noção do brilhantismo-bizarro-experimental com um quê de lo-fi psicodélico que sai do cérebro do Carlinhos naquelas horas únicas de musicalidade duvidosa, mas com muito coração.

O problema do segredo é que ninguém decorou o segredo do segredo inteiro (CARNEIRO, C., 2014).

Natalia Nissen@_natiiiii

Sim, tivemos um recesso aqui no The Backstage, mas aos poucos tudo volta ao normal. Nós paramos um pouco, mas a música nunca para. Há poucos dias foi divulgado o novo single do próximo disco do Eric Clapton. “Gotta Get Over” tem o som característico das músicas do Clapton e me faz querer envelhecer tomando umas e ouvindo ele o Paul McCartney. Aliás, o novo disco tem participação do McCartney na canção “All Of Me”.

O single é só uma prévia do que deverá ser conferido no álbum “Old Sock”, com lançamento previsto para o próximo dia 12. Segundo informações do site oficial de Clapton, o disco é uma coleção de algumas das músicas preferidas do artista e que influenciaram sua vida desde a infância e que fazem parte de “seu vasto conhecimento musical”.

Ouvindo a nova canção me senti de novo no show dele. A mesma energia de ouvir alguém que sabe o que está fazendo, como se fosse a coisa mais simples do mundo.

Old Sock

1. Further On Down The Road
2. Angel
3. The Folks Who Live On The Hill
4. Gotta Get  Over
5.  Till Your Well Runs Dry
6. All Of Me
7. Born To Lose
8. Still Got The Blues
9. Goodnight Irene
10. Your One and Only Man
11. Every Little Thing
12. Our Love Is Here To Stay

Natalia Nissen@_natiiiii

Na próxima terça-feira, 07 de fevereiro, acontece o lançamento oficial do novo álbum de Paul McCartney. “Kisses On The Bottom” é um disco doce e reúne músicas que inspiraram a dupla Lennon/McCartney nas principais composições dos Beatles. Apesar de não ser uma grande produção cheia de músicas inéditas vale ouvir e se deixar levar pela leveza das 14 canções, releituras de sucessos das décadas de 30 e 40 e  duas composições próprias.

McCartney não brinca em serviço, o álbum conta com duas inéditas “Only Our Hearts” e “My Valentine” e a participação mais que especial dos mestres Stevie Wonder e Eric Clapton. Diana Krall também participa tocando piano. No último domingo, em entrevista ao programa Fantástico, o cantor disse que o disco deve ser ouvido depois de um dia de trabalho, “esse tipo de música é daquele que você coloca quando chega em casa, senta, pega uma taça de vinho e relaxa”.

“Kisses On The Bottom” não é um disco para entrar na lista dos mais vendidos, ou com as músicas mais pedidas nas rádios. O novo álbum do ex-beatle é leve e pode fazer companhia nos momentos mais íntimos. Músicas típicas de som-ambiente de um certo supermercado que faz as propagandas mais bonitas da televisão.

Ainda na semana que vem Paul receberá uma estrela na calçada da fama em Hollywood, a estrela ficará ao lado das homenagens aos companheiros da banda The Beatles, em frente à gravadora Capitol Records. Paul McCartney promete um disco de inéditas para 2012, mas não falou mais sobre o assunto, a divulgação de “Kisses On The Bottom” é a prioridade.

Natalia Nissen@_natiiiii

No próximo dia 26 de abril acontece, em Porto Alegre, a solenidade de entrega do Prêmio Açorianos de Música. O prêmio tem o objetivo de certificar a qualidade da produção musical do Rio Grande do Sul, além de divulgar e expandi-la para outras regiões. Marcelo Oliveira, Coordenador de Comunicação da Secretaria da Cultura de Porto Alegre, e Emerson Tuta, da Coordenação de Música da S. C. de Porto Alegre,  conversaram com o The Backstage e esclareceram algumas questões importantes sobre as indicações e o Prêmio.

A modalidade “música” no Prêmio Açorianos surgiu em 1991, catorze anos depois de instaurada a primeira categoria, de teatro. Hoje o Prêmio Açorianos de Música representa a mais importante “vitrine” de produção artística do Rio Grande do Sul, e na última edição foram entregues 37 estatuetas, enquanto na primeira foram apenas oito, ou seja, isso demonstra a importância e o reconhecimento do prêmio.

A dupla de artistas homenageados (Foto: divulgação)

O Prêmio Açorianos de Música transformou-se em espetáculo e a cada ano o público em geral se mostra mais interessado em assistir à cerimônia. Assim, neste ano a premiação vai acontecer no Teatro do Bourbon Country, e não mais no Theatro São Pedro, como era tradição. Essa mudança deve-se ao espaço limitado no São Pedro, após 19 edições do evento.

Indicação dos homenageados/menções especiais

Os jurados indicam os artistas homenageados e os que vão receber menções especiais considerando nomes que já vinham sendo cogitados, mas não foram premiados nas outras edições. A decisão desse júri é incontestável. Os nomes selecionados devem estar envolvidos com a música há algum tempo e o público deve conhecê-los.

Seleção dos indicados para o Prêmio

O júri é formado por profissionais que trabalham na área musical, jornalistas, produtores, músicos, entre outros. Para não beneficiar determinado veículo de comunicação ou gênero musical, por exemplo, se leva em consideração a “filiação” de cada profissional.

– São escolhidos três jurados por gênero musical e cada um decide na sua área quem são os nomes. No caso dos prêmios que não estão ligados a gêneros musicais, a decisão é conjunta de todos os jurados, explica Marcelo.

A lista dos premiados é feita após três reuniões entre a bancada do júri, na ultima reunião, que acontece poucas horas antes do evento, são definidos os vencedores da categoria “destaques do ano”, a distinção mais importante. Emerson ainda acrescenta: “os jurados podem trazer nomes de trabalho não inscritos. Quando isso ocorre, se entra em contato com o artista verificando se ele quer participar do Prêmio. Alguns artistas não querem participar, pois veem o prêmio como uma mostra competitiva, afinal, tem um ganhador”.

Cartolas concorre na categoria Pop/Rock (Foto: Marcelo Nunes - divulgação)

As categorias deste ano são: Disco Infantil; DVD do Ano; Espetáculo do Ano; Revelação; Arranjador; Produtor Musical; Produtor Executivo; Projeto Gráfico; Gênero Regional, Instrumental, Pop/Rock, MPB, Blues/Jazz, Erudito e Rap: Compositor; Intérprete; Instrumentista; e Disco.

A dupla Kleiton & Kledir será homenageada nesta 20ª edição do Prêmio Açorianos de Música. Nascidos em Pelotas, sul do estado, eles deixam a música popular brasileira com uma pitada de bairrismo. As letras são repletas de “bah”, “tri legal”, entre outras expressões tradicionais do Rio Grande do Sul. Já receberam diversos prêmios, inclusive, o título de “Embaixadores Culturais do RS”. Este ano recebem a homenagem pelo conjunto de sua obra.

A lista completa dos indicados pode ser conferida aqui.

A cerimônia de premiação acontece no dia 26 de abril, no Teatro do Bourbon Country, a partir das 20h30min. Entrada franca.

A seguir o clipe “The Secret of The Recipe” de Fernando Noronha & Black Soul, a banda concorre com indicações nas categorias: Produtor Musical; Disco Blues/Jazz – Compositor, Intérprete, Instrumentista e Disco.

Carol Govari Nunes @carolgnunes

Chegamos à Feira do Livro correndo e improvisando. Improvisando cartão, improvisando pergunta e improvisando equipamento, já que tudo o que tínhamos eram dois celulares e uma câmera digital. Depois de dar uma visualizada no local, soube que aquele homem de camiseta vermelha parado na porta do camarim improvisado na banca de jornal era Felipe Bier, assessor da Jazz 6. Imediatamente, fui até ele. Me identifiquei, entreguei o cartão do blog e disse que queria fazer algumas perguntas aos integrantes da banda. Felipe disse que dependia da disposição de Verissimo, pois ele já tinha concedido uma coletiva de imprensa no hotel onde todos estavam hospedados. Sem problemas. Enquanto esperava alguma resposta, fiz um sinal para Josefina e Débora, que vieram com nossa câmera e nosso microfone (do celular).

Verissimo conversa com o The Backstage (Foto: Josefina Toniolo)

Minutos depois, Verissimo saiu do camarim e Felipe mostrou o cartão do blog ao escritor, dizendo que estávamos aguardando para fazer algumas perguntas sobre a banda. De imediato, Verissimo posicionou-se em minha frente e respondeu minhas perguntas. Na verdade, tudo não passou de uma conversa. Trocamos influências musicais: ele falou de Louis Armstrong, Charlie Parker, saxofones, jazz e bossa nova. Eu falei sobre The Ronettes, Imelda May, violões, guitarras e castanholas.

Com os outros membros não foi diferente: entramos no camarim e eles nos recepcionaram com um belo sorriso, nos convidando para sentar e fazendo brincadeiras o tempo todo. Quando perguntei o que acontecia no backstage do Jazz 6, Jorge Gerhardt disse: “é melhor você perguntar o que não acontece no nosso backstage”! Todos riram, mantendo o mesmo clima descontraído durante toda a conversa. Disseram que Edinho Espindola nasceu ritmista: chacoalhava a mamadeira. Discutiam sobre as minhas perguntas: “mas ela perguntou influências, e vocês estão falando de mamadeira”! Eu, praticamente mediando a conversa dos quatro, disse que tudo bem, podia ser influência, quando começaram a tocar, qualquer coisa – afinal, estávamos ali pra ver o que rolava no backstage dos músicos.

Jazz 6 antes da apresentação (Foto: Josefina Toniolo)

Edinho Espindola falou de músicos da noite, Beatles e que começou tocar aos 15 anos. Adão Pinheiro, tecladista, disse que sempre gostou de jazz (na verdade, o que ele mais fazia era interromper os outros enquanto eles estavam falando: “mas esse não é teu nome, cara! Teu nome é Edson!”, sempre arrancando risadas de todos que ali estavam). Luiz Fernando Rocha falou da banda do colégio (onde começou tocar), Miles Davis, do prazer em tocar, fazer o que eles gostam.

Os integrantes da banda respondem às perguntas (Foto: Josefina Toniolo)

Jorge Gerhardt, baixista e intitulado o orador do grupo, falou sobre violão clássico, contrabaixo, música progressiva e também os anos que morou em São Paulo e Rio de Janeiro. Comentou a falta de público para a música progressiva nos anos 80. Conversamos sobre como era a noite de Porto Alegre, enquanto ele intercalava outros assuntos como, por exemplo, circuitos musicais, prêmios e a tentativa de reativar o grupo de música progressiva formado em 1977, finalizando que deixaria para a próxima encarnação, já que o público está mais desligado do que nos anos 70/80. Adão Pinheiro emendou: “eu não disse que ele não parava de falar?”

Saímos dali porque a banda logo subiria ao palco para fazer um show de aproximadamente uma hora e meia. Porque se fosse pela irreverência, carinho e atenção dos músicos, passaríamos a noite ali ouvindo as experiências musicais do menor sexteto do mundo.

Autógrafo de Verissimo para o The Backstage