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O grupo mineiro Pato Fu irá celebrar 30 anos de estrada com um show memorável no Auditório Araújo Vianna. Com canções de todos os álbuns de sua discografia, a apresentação conta com hits originais e regravações, como Canção Pra Você Viver Mais, Sobre o Tempo, Ando Meio Desligado (Os Mutantes), Eu Sei (Legião Urbana) e muito mais! Ingressos à venda na Sympla.

SOBRE A TURNÊ

Desde 1992 na estrada, o Pato Fu está sempre em transformação. A banda mineira já se destacou nas principais premiações nacionais, conquistou um Grammy Latino, vendeu discos de ouro e emplacou canções em trilhas de novela, e é também conhecida por se manter incansavelmente original.

Com 13 discos e 5 DVDs lançados, atualmente o grupo mineiro é composto por Fernanda Takai (voz), John Ulhoa (guitarra), Ricardo Koctus (baixo), Richard Neves (teclados) e Xande Tamietti (bateria). Xande, que integrou a banda de 1995 até 2014, retorna agora para celebrar os 30 anos de estrada.

Neste show, que mostra o lado mais pesado do grupo, são apresentadas canções de todos os álbuns de sua discografia. Estão presentes os hits autorais – entre eles Canção Pra Você Viver Mais, Sobre o Tempo, Perdendo Dentes, Antes Que Seja Tarde, Simplicidade, Depois e Made in Japan – além das regravações criativas e originais, a exemplo de Ando Meio Desligado (Os Mutantes), Eu Sei (Legião Urbana), Qualquer Bobagem (Tom Zé / Os Mutantes), Porque te vas (Jose Luis Perales) e Eu (Graforréia Xilarmônica). Somam-se ao repertório canções lançadas recentemente no álbum “30”, projeto que celebra os trinta anos da banda.

Além de shows por todo Brasil, a banda já se apresentou no Japão, Portugal, Inglaterra e Estados Unidos, e tem sido reconhecida como um dos grupos mais criativos do cenário Pop atual. John, guitarrista e principal compositor do grupo, define: “Somos a mesma banda. Não somos mais a mesma banda.”

SERVIÇO:

Onde: Auditório Araújo Vianna (Avenida Osvaldo Aranha, 685, Porto Alegre/RS)
Quando: 07 de julho, sexta-feira, às 21h
Abertura da casa: 19h30
Classificação: 16 anos

Ingressos:

Lote 1:

Plateia Alta Lateral:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 85
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 80
Inteira: R$ 160

Plateia Alta Central:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 105
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 100
Inteira: R$ 200

Plateia Baixa Lateral:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 115
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 110
Inteira: R$ 220

Plateia Baixa Central:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 135
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 130
Inteira: R$ 260

Plateia Gold:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 165
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 160
Inteira: R$ 320

Lote 2:
Plateia Alta Lateral:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 95
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 90
Inteira: R$ 180

Plateia Alta Central:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 115
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 110
Inteira: R$ 220

Plateia Baixa Lateral:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 135
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 130
Inteira: R$ 260

Plateia Baixa Central:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 155
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 150
Inteira: R$ 300

Plateia Gold:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 185
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 180
Inteira: R$ 360

Lote 3:
Plateia Alta Lateral:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 105
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 100
Inteira: R$ 200

Plateia Alta Central:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 135
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 130
Inteira: R$ 260

Plateia Baixa Lateral:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 155
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 150
Inteira: R$ 300

Plateia Baixa Central:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 175
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 170
Inteira: R$ 340

Plateia Gold:
Inteira solidária (todas as pessoas podem comprar mediante a doação de 1kg de alimento não perecível): R$ 205
Meia entrada (desconto de 50%): R$ 200
Inteira: R$ 400

* Os alimentos deverão ser entregues no Auditório Araújo Vianna, no momento da entrada ao evento.
** Para o benefício da meia-entrada (50% de desconto), é necessária a apresentação da Carteira de Identificação Estudantil (CIE) na entrada do espetáculo. Os documentos aceitos como válidos estão determinados na Lei Federal 12.933/13.

Demais descontos:
* 50% para idosos: Lei Federal 10.741/03 – obrigatória apresentação de identidade ou documento oficial com foto.
* 50% para jovens pertencentes a famílias de baixa renda: Lei Federal 12.933/13 – obrigatória apresentação da Carteira de Identidade Jovem e de documento oficial com foto.
* 50% para pessoas com deficiência (e acompanhante quando necessário): Lei Federal 12.933/13 – obrigatória apresentação do Cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social da Pessoa com Deficiência ou de documento emitido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
* 50% para doadores regulares de sangue: Lei Estadual n° 13.891/12 – obrigatória apresentação de documento oficial válido e expedido pelos hemocentros/bancos de sangue.
* 50% para sócio do Clube do Assinante ZH.

Realização: Opinião Produtora

Pontos de venda:
Bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – somente em dinheiro):
Loja Planeta Surf Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2611 – Loja 249 – Jardim Lindóia – Porto Alegre)
Horário funcionamento: das 10h às 22h.

Bilheteria Araújo Vianna (sem taxa de conveniência – à vista em dinheiro e no cartão):
Aberta somente no dia do evento 2 horas antes do início dos shows.
Av. Osvaldo Aranha, 685 – Bairro Bom Fim

Onlinewww.sympla.com.br/araujovianna

Informações:
www.araujoviannaoficial.com.br
www.facebook.com/araujoviannaoficial
www.instagram.com/araujoviannaoficial
www.twitter.com/araujovianna
51 3211-2838

Fonte: Daniela Sangalli
Assessora de Imprensa – Opinião Produtora

Após a instabilidade e a incerteza que assolaram a área da cultura durante os anos 2020 e 2021, 2022 foi um ano onde o mercado de eventos voltou a respirar.

Em Porto Alegre, a Opinião Produtora realizou 445 eventos nas casas administradas pelo grupo (Bar Opinião, Pepsi on Stage e Auditório Araújo Vianna), contando atrações de produtoras parceiras, eventos privados e datas da prefeitura.

As doações de alimentos via Ingressos Solidários vão de 1 a 6 toneladas por show e, no total, o grupo estima arrecadar cerca de 500 toneladas de alimentos até o final de 2022. “Essa é uma forma de garantir acesso à cultura com valores mais acessíveis ao público e apoiar a comunidade com as doações”, afirmam os sócios-diretores. 

Nos shows do Skank, por exemplo, foram arrecadadas 7 toneladas de alimentos, em parceria com o Movimento Rio Grande Sem Fome

Público do Auditório Araújo Vianna em um dos shows de despedida do Skank (Foto: Vic Martins)


EXPECTATIVAS PARA 2023

As expectativas para o próximo ano é de ainda mais movimento. Não existem mais datas livres para o primeiro semestre nos espaços administrados pela Opinião Produtora, que trabalha no momento com poucos dias disponíveis no final de 2023. Com atrações nacionais e internacionais confirmadas, estão divulgados diversos shows com ingressos já à venda:

Pagode 90 do Opinião 10 anos com Bruno Diegues | 19/01/2023 | Bar Opinião

Júpiter Day | 26/01/2023| Bar Opinião

Belvedere | 01/02/2023 | Bar Opinião

Kamelot & Turilli/Lione Rhapsody | 07/02/2023 | Bar Opinião

Krisiun | 26/02/2023 | Bar Opinião

Gilberto Gil | 03 e 04/03/2023 | Auditório Araújo Vianna

Grunge Night com Black Circle – Tributo Pearl Jam | 10/03/2023 | Bar Opinião

Elvis Experience | 10/03/2023 | Auditório Araújo Vianna

Frejat Trio | 11/03/2023 | Auditório Araújo Vianna

Marco Luque |12/03/2023 | Auditório Araújo Vianna

Sonata Arctica | 15/03/2023 | Bar Opinião

Palestra com Pastor Cláudio Duarte | 21/03/2023 | Auditório Araújo Vianna

Zezé di Camargo e Luciano | 25/03/2023 | Auditório Araújo Vianna

ANGRAFEST | 26/03/2023 | Auditório Araújo Vianna

Rael + Rashid | 30/03/2023 | Auditório Araújo Vianna

Emicida | 01/04/2023 | Auditório Araújo Vianna

Paulinho da Viola | 15/04/2023 | Auditório Araújo Vianna

Baile do Nego Véio 2 | 20/04/2023 | Auditório Araújo Vianna

Tributo a Jon Lord com Bruce Dickinson | 25/04/2023 | Auditório Araújo Vianna

Roupa Nova | 29/04/2023 | Auditório Araújo Vianna

Fito Paez | 06/05/2023 | Auditório Araújo Vianna

The Calling | 09/05/2023 | Bar Opinião

Fundo de Quintal | 07/05/2023 | Auditório Araújo Vianna

Marisa Monte | 12/05/2023 | Auditório Araújo Vianna

Baile do Magal | 21/05/2023 | Auditório Araújo Vianna

Snarky Puppy | 24/05/2023 | Auditório Araújo Vianna

Queen Celebration in Concert | 26/05/2023 | Auditório Araújo Vianna

BLITZ | 27/05/2023 | Auditório Araújo Vianna

Jorge Ben Jor | 10/06/2023 | Auditório Araújo Vianna

Péricles | 26/08/2023 | Auditório Araújo Vianna

A agenda completa e links para a venda de ingressos estão disponível no site da Opinião Produtora.

Fonte: Daniela Sangalli
Assessora de Imprensa – Opinião Produtora
imprensa@opiniao.com.br

Revista BIZZ, março de 1989. Um manifesto assinado pelas bandas Defalla, Os Replicantes e Nenhum de Nós estampa a oitava página da revista. No final, a seguinte sentença: “Todo mundo precisa de um lugar para onde voltar. A opção fundamental de retornar ao Sul”.

Mais de 30 anos depois, esse movimento de circular pelo país – e pelo exterior – ainda é recorrente. Mas todo mundo precisa de um lugar para onde voltar. Em 2022, quem fez esse movimento de retorno ao Sul foi Jonathan Corrêa. Após andar pelo mundo em turnês gigantescas à frente do Ego Kill Talent, o artista anunciou sua saída da banda e que sua volta, com o Voz & Reação, projeto visceral e intimista que teve registro ao vivo em 2018 e que se tornou álbum em 2022, ultrapassando mais de 1 milhão de plays em pouco mais de seis meses, ocorreria em um local muito simbólico: o lendário palco do Opinião. Em menos de 48 horas, os ingressos esgotaram e foi preciso abrir uma sessão extra (as duas sessões ocorreram na noite de 18 de novembro), visto que os recmaníacos estavam sedentos para reencontrar seu ídolo.

Jonathan Corrêa – Voz & Reação (Foto: Vic Martins)

Da data do anúncio à noite dos shows, Jonathan alimentou sua audiência da melhor forma possível: acionando um constante pathos nostálgico, elevando a expectativa dos fãs que não o viam há 4 anos no formato Voz & Reação. Esse pathos que Jonathan acionou é similar à noção de retórica aristotélica, isto é, alusivo ao aspecto sentimental presente nos discursos sociais – tanto em relação ao seu conteúdo enunciado, conjunto de símbolos que inteiram a mensagem, quanto na possibilidade de despertar sentimentos na sua recepção.  

E, se tem uma coisa que Jonathan sabe fazer, é falar sobre – e despertar – sentimentos. Em duas sessões, vivemos a entrega do artista e do público, que não era apenas local: fãs de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Paraná; gente que veio de Campinas de moto; gente que chegou na fila às 15h; que se conheceu por causa das canções da Reação em Cadeia e consolidou o amor com um pedido de casamento no palco.

Uma espécie de retromania tomou conta do bar – e, se pensarmos na retromania como baliza do pathos nostálgico, temos o prefixo re: revisão, reapresentação, reencenação. Nesse caso, podemos acrescentar reação – sim, reação de Reação em Cadeia (fonte: vozes da minha cabeça, mas também estou escoradíssima em Simon Reynolds e no meu amigo Thiago Pereira para falar sobre retromania): um boom de memória coletiva, a expressão absoluta de um pathos nostálgico, de forma acelerada, na ideia de que vivemos um tempo de recordação total, onde a música e a memória são amplamente conectadas, satisfazendo um afeto saudosista. (Algo muito comum na cultura pop e que estamos vivenciando não apenas com a Reação em Cadeia, mas com o retorno dos Titãs e de outras bandas que ainda vão anunciar o retorno aos palcos).

Ao lado de Jonathan, Luciano Reis ampliou o tom sentimental ao participar de “Entre teus dedos”, “7 noites”, “Infierno”; na segunda sessão, Serginho Moah, que estava na plateia, subiu para cantar “Pó de Pimenta”, do Papas da Língua, e ambos trocaram carinho e muitos elogios, já que, segundo Jonathan, Serginho foi um dos primeiros a apoiá-lo e incentivá-lo no início de sua carreira.

Mas nem só de nostalgia vive Jonathan e os recmaníacos – muito pelo contrário!: ontem, dia 21, o artista anunciou o retorno da Reação em Cadeia em um dos festivais mais emblemáticos do estado e do país: o Planeta Atlântida. Ou seja, esse reencontro no Opinião foi só uma prévia do que vem pela frente. Os ingressos para o Planeta estão à venda. E eu é que não vou perder essa volta da Reação.

Outras fotos do show: aqui.

Desde que voltou à sua terra natal, Marcelo Gross não está para brincadeira: o artista vem trabalhando muito, gravando clipes e fazendo inúmeros shows. Na última terça-feira, dia 1º de novembro, o ex-guitarrista e fundador da banda Cachorro Grande fez um show no bar Opinião com tudo o que tinha direito: rock rolando solto e muitas participações especiais.

Foto: Carol Govari

Gross apresentou seu quarto trabalho solo, intitulado Exilado, que foi gravado nos estúdios da Holiday Produtora e será lançado pelo selo da produtora, em parceria com a ONErpm, tem uma pegada de resgate das raízes do cantor. “Voltei a morar no Sul durante a pandemia, no mesmo lugar onde morava na infância, então resgatei minhas origens e acabei musicando poemas que tinha escrito aos 17 anos”, comenta o músico. Como foi concebido e gravado durante a pandemia, Gross gravou todos os instrumentos e os vocais, além de fazer a produção ao lado de Bridy e Vini Tupeti, que também fizeram a engenharia de som.

Para o lançamento do Exilado – e divulgação da edição em vinil de Tempos Loucos, primeiro álbum fora da Cachorro Grande –, o artista juntou nada menos que um “dream team” do rock para tocar antigos sucessos e canções novas: a participação mais esperada era a do ex-Titãs Paulo Miklos, que também está com trabalho novo, o recém-lançado Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém. Do álbum novo, Miklos cantou “Todo Esse Querer”, “É Assim que Eu Sei” e “Sabotage Está Aqui”. Dos Titãs, trouxe sucessos como “Sonífera Ilha”, “Polícia”, “Flores”, entre outras. Claro que não poderia faltar “Dia Perfeito”, da Cachorro Grande, que ficou conhecida por sua participação no Acústico MTV Bandas Gaúchas.

Além de Miklos, subiram ao palco Rafael Malenotti, dos Acústicos & Valvulados, que cantou “Um Lugar do Caralho”, de Júpiter Maçã; Serginho Moah, do Papas da Língua, que cantou “Sinceramente”; Duda Calvin, ex-Tequila Baby, que cantou “Sexperienced” e Lucas Hanke (Identidade, Júpiter Maçã), que participou de “O Novo Namorado”, entre outras de Júpiter Maçã. Quem fez o aquecimento pré-show foi o DJ Bruno Suman e a abertura foi da já conhecida banda Jogo Sujo que, além de abrir os trabalhos no palco, ainda seguiu com Gross, tocando mais de três horas de puro rock.

A apresentação da noite ficou por conta da jornalista e radialista Camila Diesel, que aproveitou para dar uma palhinha em “Eu Quero Ser Seu Amigo de Novo”, última música do show, que juntou no palco todos os participantes da noite, no maior clima de festa.

Tu pode garantir a tua cópia do vinil de Tempo Louco aqui.

Exilado chega às plataformas digitais no dia 18 de novembro. Siga o perfil do artista no Spotify para não perder nenhuma novidade 😉

Estava eu lá, parada, de braços cruzados, perto do PA. Vestia calça jeans, jaqueta de couro fechada até o pescoço, e coturno. Uma guria se aproxima e pergunta:

– “Moça, eu posso fumar aqui dentro?”

– “Não. Tu pode fumar lá, ó”, e aponto para o espaço onde era permitido fumar.

– “Ah, muito obrigada”.

Passa alguns minutos, eu penso: ok, ela queria uma informação. Mas por que ela perguntou pra mim, se ao meu lado havia três seguranças? Será que ela pensou que eu também era segurança?

Corta para bem antes desse momento.

Eu sempre existi a partir do rock. Fuçando nas minhas mais antigas memórias, lembro de que por mais que eu escutasse outros gêneros musicais, foi no rock que encontrei energia e outros subsídios para demarcar minha(s) identidade(s). Mas por mais que meu eu seja tecido no rock – e talvez exatamente por causa disso –, me sinto aberta e muito curiosa para apreender outras estéticas e outros sons.

Luísa Sonza apresentou o Baile da Braba no Pepsi on Stage (Foto: Tatyane Larrubia / Amora Imagem)

E foi essa curiosidade que me levou ao Pepsi on Stage, no dia 16 de julho, onde aconteceria o show da Luísa Sonza. Ingressos esgotados, todo mundo comentando, expectativa grande para ver a braba. E eu também queria ver quem é essa guria que saiu ali de Tuparendi e hoje está no topo do Spotify Brasil e de outras plataformas. Confesso que eu sou bem ruim com charts. A maioria eu nunca vi nem consumi e só ouço falar porque trabalho num laboratório de pesquisa em cultura pop. Mas me interessei pela Luísa – embora eu nunca tivesse ouvido uma música por vontade própria ou sequer assistido a um clipe [sim, eu vivo numa bolha] – porque me falaram que ela tinha a melhor performance pop do país. E se tem uma coisa que eu gosto, essa coisa é performance ao vivo.

Eu não me importo de ir ao show de uma artista que eu não conheço: eu me importo é com o impacto que ela causa em mim enquanto está no palco. Já fui a muitos shows de artistas que nunca ouvi (e nem comecei a ouvir depois), mas fui completamente afetada no espaço-tempo do show. Já comentei em algum texto aqui no blog que eu gosto pra dentro: quem me vê de braços cruzados e completamente sisuda nem imagina a emoção que eu estou sentindo. Mas o show da Luísa Sonza, em especial, não era o ambiente onde alguém deveria estar sisuda, atenta, olhando de um lado para o outro (eu amo observar as pessoas) e absolutamente parada.

Ao comentar essa situação com meu amigo e pesquisador de música pop Thiago Soares, ele disse que a guria me confundir com segurança é claramente a interpretação de um corpo de mulher estático em meio à profusão de rebolados. Por mais que eu seja uma mulher branca e cis, meu corpo, daquela forma, naquele espaço, era lido com muita estranheza.

Isso vai ao encontro das discussões sobre os valores estéticos ligados aos gêneros musicais, e de como os gêneros musicais (acho que também já comentei isso em algum outro texto aqui no blog) tipificam performances. E a performance, em um show, é de todos – não somente do/a artista ou da banda. Minha performance, naquele momento, não era familiar àquele gênero musical. Mesmo com toda a estranheza que minha performance poderia causar, eu me sentia muito confortável naquele ambiente em que Luísa comandava com facilidade uma plateia perdidamente apaixonada. Comandava com coreografias, com frases de empoderamento, numa constante troca com os fãs, que a ovacionavam em absolutamente qualquer brecha. Ponto alto, pra mim, foi curiosamente o momento mais silencioso, em que, sentada, somente acompanhada por um violão, cantou “O Conto dos Dois Mundos (Hipocrisia)”, dedicada ao seu pai, que estava na plateia.

Transitando entre Britney Spears e Billie Eilish, entre a erotização, a introspecção e a raiva, Luísa cumpre o papel de diva pop à qual foi destinada. Estrutura impecável, um palco vivo, ativo, dançarinas e instrumentistas da melhor qualidade (com destaque à maravilhosa baterista Rayani Martins).

Como estou longe demais das capitais e do universo do pop, deixo para meus amigos especialistas uma análise mais profícua sobre Luísa e esse emaranhado de cenários em que ela habita.

Por aqui, entendo o show da Luísa Sonza como uma interrupção no meu cotidiano, tal qual Gumbrecht alertou: há algo que permaneceu para além do momento exato da experiência vivida. Volto para o rock com um olhar alterado pelo pop, com diferentes vislumbres sobre estética, disputas, gênero e política.

Nos vemos no próximo show.