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Natalia Nissen@_natalices

Uma música do dia recém saída do forno, sim senhor! “O melhor do mundo” é o primeiro single do novo álbum do Doutor Jupter – Na Varanda. E se as canções foram gravadas em uma varanda, nada melhor do que ouvi-las num cantinho de casa com toda a atenção que elas merecem. “Vale sorrir, desafinar, desconstruir, depois remontar”.

Segundo a banda, o novo álbum – em CD e Vinil – será lançado esse mês e é o registro ao vivo dos instrumentos acústicos, canções e amigos em noite de festa, numa varanda. É coisa linda de sentir e ouvir. O primeiro single “Noutra Primavera” foi divulgado há duas semanas e a música do dia veio pouco depois. Também vai rolar um mini documentário para mostrar o processo da produção.

Pelas novidades já dá pra ver, o grupo continua fiel ao estilo “rock da roça”, mas mais maduro. Música para ouvir e cantarolar sem parar, de novo e de novo.

As músicas do novo disco foram produzidas por Doutor Jupter, captadas ao vivo e mixadas por Dudu Massonetto e masterizadas no Reco-Master, sob a batuta do mestre Arthur Joly.

Gostou? Há exatos quatro anos rolou entrevista com a banda aqui no blog. E fica a dica para ouvir o primeiro CD, é bom demais também.

Natalia Nissen@_natiiiii

A banda Doutor Jupter já apareceu aqui no blog em agosto de 2011 em uma entrevista com o vocalista, Ricardo Massonetto. Quase um ano depois os músicos já têm um CD e muitos planos para o futuro. O disco que leva o nome da banda foi financiado com o prêmio do concurso “Vem Pro Novo” da Caixa Econômica Federal e com o apoio da Secretaria do Estado da Cultura/SP através do Programa de Ação Cultural. A gravação durou 10 dias e aconteceu no estúdio Gargolândia, numa fazendo em Alambari.

Foram produzidas quatro mil cópias do “Doutor Jupter” e restam apenas 500, além disso, já foram feitos, aproximadamente, cinco mil downloads do álbum completo disponibilizado no site. Isso mostra que as bandas independentes têm espaço e um público crescente que está disposto a investir em discos originais, um incentivo muito importante para os músicos e todas as outras pessoas envolvidas nesse tipo de produção.

Participamos de todos os festivais que podemos e movimentamos ao máximo nossas redes. O mercado não sabe mais pra onde ir e nem o que vai dar certo, então transfere esta responsabilidade para os artistas, promovendo estes concursos com votação online para definir as atrações de determinado festival, ou até mesmo selecionar novos artistas para um selo, como aconteceu no último em que participamos. O selo Oi Música e o Projeto Oi Novo Som selecionaram Doutor Jupter entre 30 finalistas de todo o país, para a oportunidade de se apresentar no festival Música Pra Todo Mundo no Rio e também integrar o selo Oi Música. Batemos na trave! Lideramos com muito trabalho quase todo o processo de votação que durou 30 dias. Conseguimos mobilizar e captar votos de todas as pessoas que acreditam na banda, mas de forma muito estranha e que não vem ao caso, fomos ultrapassados aos 45 do 2° tempo. Era uma super oportunidade para o lançamento de nosso próximo álbum, mas vamos correr atrás e dar sequência ao trabalho.

Ricardo Massonetto afirma que a ideia do glamour no mundo da música já não acontece há muito tempo no mercado brasileiro, os artistas precisam dedicar-se o tempo todo para a promoção de seus trabalhos, perdem um tempo valioso que poderia ser empregado em atividades paralelas, além de não oferecer uma recompensa justa e necessária para manter projetos. Um dos argumentos do músico compartilha ideias aqui do blog e está presente nos comentários de muitas bandas que já nos deram entrevistas, “isso é a realidade da grande maioria dos artistas brasileiros e percebemos que se mantêm vivos os projetos que contam com o apoio das leis de incentivo cultural ou patrocínio. Algo que tem sido uma necessidade para suprir a falta de viabilidade comercial e consequentemente financeira, de projetos que primam por qualidade artística. A grande mídia torna viáveis e lucrativas as propostas artísticas mais populares, e isso causa todo esse desequilíbrio na cena cultural do país”.

A Doutor Jupter saiu de Ribeirão Preto em 2006 em direção à capital (quando o nome do grupo ainda era Sociedade Urbana) e há algumas semanas retornou à terra natal para um show no palco do Sesc. A apresentação mostrou aos músicos que a receptividade dos conterrâneos é um fator fundamental para o fortalecimento da banda, é um momento de identificação da música com as pessoas que vivem na mesma cidade.

Paralelamente à Doutor Jupter há o projeto Los Bacos, com os mesmos integrantes, mas com uma proposta um pouco diferente e que possibilitou o pagamento das contas dos integrantes quando chegaram em São Paulo. Los Bacos é uma banda que se apresenta na noite de São Paulo fazendo covers e versões de rock nacional e internacional, como Los Hermanos, The Strokes, The Beatles, U2, Creedence, entre outras bandas e clássicos dos anos 80. Desde 2006 o projeto tem uma média de 130 shows por ano e já contou com participações especiais de Nasi, Edgar Scandurra (que produziu o primeiro EP da Doutor Jupter em 2009), Marcelo Nova e Kiko Zambianchi, também dividiu o palco com a Cachorro Grande num tributo aos Rolling Stones.

A Doutor Jupter deve lançar um vídeo clipe e gravar um DVD do show deste álbum de estreia, para o ano que vem o projeto é lançar dois EPs – um no início do ano e outro no segundo semestre.  Quem quiser ganhar o CD da banda participa do sorteio na fanpage do blog, vamos sortear alguns discos entre os leitores de Frederico Westphalen que participarem da promoção. O disco tem 12 faixas, encarte com fotos e letras das músicas, tudo feito com muito capricho.

Natalia Nissen @_natiiiii

Doutor Jupter é uma banda da roça, ou melhor,  há 319 quilômetros da capital… E em São Paulo isso significa “pra lá do interior”, mesmo que a “roça” seja uma cidade com aproximadamente 700 mil habitantes. A banda de rock surgiu em 2006 em Ribeirão Preto, mas logo os integrantes decidiram mudar-se para a “cidade grande”  e conquistar espaço no concorrido mundo da música. A seguir você confere uma entrevista com Ricardo Massonetto, vocalista e violonista da banda Doutor Jupter.

A banda presa pelo rock simples e clássico (Foto: divulgação)

The Backstage: De onde vem o nome da banda? E como tudo começou? 

Ricardo:  Tudo começou de verdade em nossa cidade, Ribeirão Preto. Lá tivemos um projeto por alguns anos, a banda Sociedade Urbana. Fizemos um trabalho bacana, mas o nome trazia muitas associações com a banda Legião Urbana… aí quando resolvemos mudar para São Paulo, decidimos escolher um nome neutro. Sempre gostamos muito de Legião e toda trupe oitentista, mas para o nosso objetivo, a associação não era bacana. Doutor Jupter foi o nome escolhido para que não tivéssemos novamente os problemas do passado, e por causa do excelente significado mitológico do nome Jupter, tanto na mitologia Grega quanto na Romana. Achamos bem legal, depois encontramos uma composição que combinasse com a palavra, deixamos o Jupter com o “P” mudo pra ficar mais personalizado, e por fim escolhemos Doutor Jupter!

TBPorque sempre deixar muito claro que vocês são da “roça”? Deixaram Ribeirão Preto por causa da banda mesmo?

R: Sim, deixamos a cidade em busca de mais espaços e de uma vitrine maior (com muita determinação, mas com um grande aperto no peito)… Mudamos para SP em 2006 à bordo de uma Veraneio ano 79, sem dinheiro, sem uma referência na cidade, família, amigos, uma turma ou coisa assim. Passamos por tudo que possa imaginar, mas estamos firmes e focados em nosso objetivo! Agora quanto ao termo roça, estamos falando de algo cultural que percebemos na nossa música, não é algo baseado na infra-estrutura, educação, ou potencial econômico da nossa cidade e região. Ribeirão Preto é um pólo estudantil, possui inúmeras universidades, tem em torno de 700 mil habitantes, e é a capital brasileira do agronegócio. Nos orgulhamos de nossa cidade e de podermos falar dela em qualquer lugar do país. Simplesmente percebemos nestes anos de intercâmbio musical, que realmente tínhamos algo mais “caipira” do que outros artistas e bandas que tivemos a oportunidade de conhecer, como as soluções que encontramos para os arranjos, as vibrações das músicas e outras coisas mais. Utilizamos o termo “roça” para explicar melhor a pulsação sonora da banda.

TB: A Doutor Jupter é uma banda de rock, com pitadas de country, quais são as influências da banda? Quem compõe as músicas?

R: Crescemos ouvindo principalmente o que tocava no rádio. Fomos muito influenciados a princípio, pelo Rock Nacional 80, onde já encontrávamos elementos muito fortes do Folk e do CoutryRock em artistas como Raul Seixas e Legião Urbana. Depois você começa a buscar mais informação por conta própria, e passa a conhecer bandas e artistas que também influenciam em sua formação musical. Podemos dizer que além do Rock Nacional 80, a banda também tem influências de Beatles, Stones, Creedence, Elvis, Los Hermanos, Little Joy, Old Crow the Medicine, Munford Sons, Bob Dylan, Beirut, Suéters (Pirassununga-SP) e uma lista quase infindável… mas resumindo, gostamos de músicas simples, com personalidade e presença de espírito… Não é muito a nossa praia aqueles sons mais turbinados, que se utilizam muito de recursos eletrônicos. Na maior parte dos casos, componho as letras e melodias, levo para banda e aí começamos a dar corpo para a música e trabalhar os arranjos.

TBO que vocês acham da atual cena do rock, dá para comparar o rock nacional de hoje com as bandas que fizeram sucesso nos anos 80 e 90?

R: Não dá pra comparar, na minha opinião. São fases muito distintas. O papo é outro, o momento mundial é outro, e o comportamento dos jovens também.  A cena atual é muito mais rica e muito mais plural do que a das décadas anteriores, o que só faz aumentar a qualidade do que tem sido criado. Acho apenas que a cena precisa encontrar mais acessos. No passado existia um bloco de bandas e artistas que davam certo, que abriam espaços e acabavam puxando outras do estilo, deixavam sucessores e impulsionavam a viabilidade comercial do Rock, das Bandas, das casas de Shows, dos produtores de eventos, das mídias especializadas e todo o comércio de produtos. Hoje a oferta é maior, porém a evidência dos artistas é menor.

TBComo a banda vê a atual relação da música com a internet? Quais ferramentas da internet vocês utilizam?

R: Sempre fomos uma banda de estrada, sempre vivemos da música, e sempre tivemos nossa realidade fincada nos palcos. A internet é uma ferramenta relativamente nova para nós, e que pretendemos explorar ao máximo. Acho que a internet é fantástica, deixa tudo mais democrático, possibilita contatos, e é uma excelente vitrine. Estamos tirando a banda da idade da pedra e já temos nossas páginas no MySpace, Facebook, Youtube, TNB, Melody Box, Last FM, Twitter, Orkut e etc…

Doutor Jupter deve lançar o primeiro álbum em agosto (Foto: divulgação)

TB: E qual a opinião de vocês em relação aos downloads de músicas?

R: Com relação à divulgação dos trabalhos é muito interessante, mas apostamos mais na tendência dos Downloads remunerados. Imaginamos que isso pode corrigir o que, na nossa opinião, é um dos principais problemas do cenário da musica atual, onde artistas se destacam na internet por um trabalho bem feito e não colhem frutos disso. Achamos que se essa tendência se firmar, os artistas poderão investir mais em suas carreiras, fortalecendo assim a cena independente. Existem excelentes artistas levando suas carreiras como atividades paralelas por falta do retorno financeiro. Arrisco até dizer, que essa é uma realidade da grande maioria de bandas e artistas independentes.

TBQuais são os principais projetos nos quais a banda está envolvida? 

R: Estamos com o lançamento do nosso primeiro álbum previsto para agosto deste ano. Já tem algumas faixas disponíveis para ouvir em nossas páginas na internet, e este disco é, sem dúvida, uma de nossas maiores conquistas. Conseguimos gravá-lo com o prêmio do concurso http://www.vempronovo.com.br, e pretendemos trabalhar muito forte na divulgação desse álbum. Achamos que é nossa grande oportunidade de começar a figurar entre os nomes da atual cena independente, e para isso não mediremos esforços, pois acreditamos demais nesse disco! Pretendemos produzir pelo menos quatro clipes de músicas deste álbum, fazer muitos shows e buscar todos os espaços possíveis e imagináveis para divulgar este trabalho.