Archive for the ‘Famosos’ Category

Carol Govari Nunes@carolgnunes

Sinto nostalgia de uma época em que nem vivi. Época onde Elvis Presley e Marilyn Monroe, por exemplo, seduziam através do mistério que os envolvia, onde o que importava era o que eles de melhor tinham a oferecer: sua arte. Digo isso porque, como vocês sabem (ou não), tive uma crise de tendinopatia que me deixou quase três meses sem poder digitar/escrever. O supra-sumo do tédio-beirando-a-insanidade para uma jornalista verborrágica em caracteres como eu. Mesmo sem poder digitar, meu laptop não conseguiu habeas corpus da nossa relação – passei a um tipo de voyeurismo virtual – e comecei refletir até onde a interatividade atinge as relações virtuais.

Se antes biografias saciavam a curiosidade do público, hoje os sites relatam cada passo dessas celebridades. Temos acesso à intimidade de  qualquer artista que coloque o pé na rua. Até os que não colocam, comentários são inventados. Não sei, mas tanta interatividade condicionou a relação artista-plateia a algo que eu ainda não consegui definir. Sei que estamos em uma época em que não há mais público pacífico – todos comentam, todos querem dar a resposta (e não me excluo, pois faço parte dessa geração), mas acho que esse negócio ta virando uma promiscuidade virtual. “Fulano veste casaco e chinelo em evento”, “Por que não mostra foto da banda?”, “Não some! Queremos saber como anda sua vida!”, “Odiei isso, corta o cabelo assim, e não assado”. Se antes músicos eram admirados pela música que faziam, hoje precisam dar satisfação de cada segundo do seu dia a dia.  Cadê o mistério? Cadê a vida particular? Cadê “vamos esperar a obra”? Eu sei menos da vida do meu vizinho de cima do que da vida de muitos artistas por aí, e pior, sem querem saber. Acho que a função da interatividade virtual não é bem essa.

E sobre meu voyeurismo virtual, sabem que eu até me adaptei?! Falar menos, não se expor tanto, comentar muito pouco. Dizem azamiga que o meu “falar menos” ainda parece “uma lauda de 15 páginas”. Mesmo assim, pra mim, já é um avanço virtual. Se eu vou continuar assim pra sempre, eu não sei, mas, por enquanto, o meu punho agradece.

Carol Govari – @carolgovari

Assim como em outras várias ocasiões, a morte do Chorão causou comoção nacional e arrecadou centenas de novos fãs após o óbito do vocalista do Charlie Brown Jr. Agora todos se tornaram admiradores, todos adoravam as músicas, todos se identificavam com as letras e etc. Não questiono a tristeza dos fãs – muito pelo contrário, entendo essa dor – questiono quem da noite para o dia morreu de paixão pelo Chorão sem conhecer a história do cara e saber apenas as músicas mais tocadas na rádio. Lógico que a perda de um artista causa dor no país inteiro, mas quem antes criticava muito, agora muda de atitude. Pode até ser implicância minha, mas parece que depois que uma pessoa morre, por mais complicada que seja, vira santa. Fuçando no Facebook, já achei dezenas de novas fanpages em homenagem ao cantor – e é natural que isso ocorra, é coisa de homenagem póstuma, eu sei, mas será que esses fãs resolveram fazer isso só agora? Será que essas pessoas que estão postando em vários lugares “curte aqui a página que fiz pro Chorão” eram fãs antes de ontem?

Charlie Brown Jr nunca esteve no Top 5 das minhas bandas favoritas, apesar de eu ter na ponta da língua todas as letras dos 4 primeiros discos. Fui em 2 shows, um em 2002 e outro em 2008 e, por mais que não tenha ido no Atlântida Festival para vê-los, não posso negar que o cara era um baita frontman, animava o público de um jeito que muitas bandas jamais conseguirão.

Não vou entrar na discussão de como o vocalista vivia, do seu legado musical, da sua depressão, do estado em que o apartamento foi encontrado e demais tópicos que circularam na internet ontem e hoje. O que trago aqui são pensamentos e uma curiosidade particular a respeito dessa “necrofilia da arte”. Agora muita gente ama o Chorão, assim como em 1996 muita gente começou a amar os Mamonas Assassinas; em 1997 todos começaram a achar o Chico Science genial; em 2001 milhares começaram a amar a Cássia Eller e em 2011, quem antes criticava, começou a idolatrar Amy Winehouse e sua vida desregrada. Exemplos temos aos montes, mas cito as mortes que me vem à cabeça, agora. Gente sem entender o que eles cantavam, sem compreender seus dilemas, sem se interessar pela vida dos artistas enquanto eram vivos. É ou não um fato curioso e recorrente?

Vai saber, quem sabe um dia eu também seja adepta da necrofilia da arte. Enquanto isso não acontece, fica a letra da música do Pato Fu, a qual induziu esse post.

“A necrofilia da arte
Tem adeptos em toda parte
A necrofilia da arte
Traz barato artigos de morte

Se o Lennon morreu, eu amo ele
Se o Marley se foi, eu me flagelo
Elvis não morreu, mas não vivo sem ele
Kurt Cobain se foi, e eu o venero

A necrofilia da arte
Dá meu endereço a quem não gosto
A necrofilia da arte
Faz compreender quem não conheço

Zunfus Trunchus que eu nem conhecia
Virou meu star no outro dia”

Natalia Nissen@_natiiiii

Elvis Presley

Hoje completam-se 35 anos da morte do rei do rock, Elvis Presley. Assim como tantos outros astros da música, ele fez história e continua conquistando fãs a cada ano, mesmo depois da sua morte precoce. Cantou música gospel, country, foi um dos pioneiros do rockabilly e tornou-se um ícone do rock and roll. Como se não bastasse, ainda foi sex symbol por causa da voz e das danças de forte apelo sexual.

Em Graceland – residência oficial do astro – acontece a Elvis Week, um evento anual de homenagem ao rei do rock que leva milhares de fãs ao local. Tem até um concurso de covers com representantes de diversos países. No John Bull Pub, em Porto Alegre, tem tributo ao Elvis com as bandas R69 e Old Stuff. Aliás, em várias cidades do Brasil vão rolar shows e homenagens.

Em setembro abre, em São Paulo, a exposição Elvis Experience com mais de 500 objetos do artista, fotos, documentos, entre outros que, pela primeira vez, serão vistos fora da residência de Elvis. A própria Priscilla Presley – viúva do cantor – deve marcar presença na “pré-estreia” da exposição. O espetáculo Elvis Presley in Concert traz a Brasília (06/10) , São Paulo (08 e 10/10) e Rio de Janeiro (11/10) um show com os companheiros de banda e projeção do Elvis.

The Beatles

Dizem que foi no dia 16 de agosto que os Beatles partiram para Hamburgo, na Alemanha, – ainda com Stuart Sutcliffe – para começar a série de shows que duravam mais de seis horas todos os dias da semana. Há 50 anos a história do rock “entrava num caminho sem volta”, felizmente.  A banda passou um baita perrengue, mas não demorou muito pra ter o talento reconhecido e virar sucesso.

Festival Woodstock

O famoso festival Woodstock Music & Art Fair aconteceu entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969, nos Estados Unidos. No dia 16, apresentaram-se nomes como: The Who (tocando a ópera-rock Tommy), John Sebastian, Santana, Canned Heat, Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival e Janis Joplin.

The Backstage Blog

E hoje também é aniversário do The Backstage Blog o/. Dois anos de muito trabalho e dedicação. Agradecemos aos leitores que se manifestam nos comentários, no facebook, twitter, nas mesas de bar e tantos outros lugares, e aos nossos parceiros que sempre dão o maior apoio. Esperamos produzir por vários anos e contribuir com a disseminação da música de qualidade.

Natalia Nissen@_natiiiii

Chico Buarque dispensa apresentações, até quem não gosta sabe que o cara é bom no que faz. Pelo menos eu acho… porque ninguém lança dezenas de discos de brincadeira. E daí que eu achei uns vídeos dele que fazem a gente pensar em um monte de coisas. De cara achei que aquilo era muito fora da casinha e depois tentei entender a mensagem. Se não quiser pensar, vale só pra dar umas risadas da falta de jeito e espontaneidade dele falando de internet.

Esse vídeo aí me fez pensar no The Backstage, a ideia é manter o leitor interessado, mas nem sempre dá pra vir aqui e fazer um post por dia. Somos duas pessoas produzindo conteúdo, não queremos ficar só copiando e colando as notícias que saem em todos os sites. Então, acontece de ficarmos algum tempo sem atualizar o blog, mas fazemos o possível para que cada atualização seja interessante e faça o leitor ficar com vontade de acessar o The Backstage outra vez. E essa “política” tem funcionado bem.

O outro vídeo é interessante porque fala um pouco (bem pouco) sobre os artistas e os comentários na internet. Só aqui no blog a gente já viu muita coisa, nem sempre é legal ver o pessoal esculachando seu artista preferido, mas acontece. O tempo faz as pessoas se acostumarem, né? O jeito é ter bom-humor para lidar com toda essa história.

Carol Govari Nunes@carolgnunes

Hoje completa um ano da morte de Amy Winehouse, a brilhante cantora e compositora que viveu de excessos e partiu cedo demais. Amy foi uma dessas pessoas que muita gente virou fã mesmo não apoiando o estilo de vida que a britânica levava fora do palco. Eu, por exemplo, logo após sua morte, escrevi algumas linhas sobre a versão musical dos fatos que me fez ser afoitamente apaixonada por Amy, em contraponto aos escândalos sobre suas internações, brigas com fãs e policiais que certamente não me atraíram nem um pouco e que, aliás, nunca me interessaram. A privacidade de Amy Winehouse nunca foi da minha conta, mas como era impossível não saber o que ela aprontava só me restava lamentar e torcer pra que aquele cérebro de composições singulares tomasse algum jeito e continuasse funcionando por mais tempo.

Pois bem, minhas preces não adiantaram (nem as de ninguém) e aos 27 anos seu corpo não aguentou mais.

É inegável que Amy Winehouse foi um dos melhores acontecimentos musicais dos últimos anos e isso não vai ser apagado, pois os discos que ela deixou serão lembrados por muito tempo. Afinal, não é todo dia que uma garota charmosa, com repertório classudo, influências mais classudas ainda, personalidade única e vergonha alguma de expor seus sentimentos em canções aparece por aí.

Ninguém vai substituir a voz de Amy Winehouse, assim como ninguém substituiu Elis Regina e Janis Joplin, apenas citando alguns exemplos. A propósito, que tola mania essa de falar em “substituição” ou algo do gênero. Lembro de falaram que Adele surgiu para continuar o legado de Amy Winehouse. Ora, se isso tem cabimento. Cada cantora em/com seu canto e sem comparações, por favor.

O que me irrita (e vai me irritar mais ainda no dia de hoje) é essa codependência que o público tem com a vida particular dos artistas – por grande culpa da imprensa que alimenta isso, logicamente. Poucos especiais que virão a passar essa semana focarão somente na carreira musical de Amy, muitos vão incluir seus vexames e a decadência de sua saúde.  Eu sei, faz parte, mas aí eu pergunto: o que isso contribui pra arte? O que isso tem a ver com a gente? Se meu vizinho de baixo tomar litros de vodka com tranquilizantes para cavalos durante o almoço o problema é dele. Pode parecer individualismo da minha parte, mas eu aprendi que cada um tem seu livre arbítrio pra fazer o que quiser da própria vida. O máximo que podemos fazer é dar alguns pitacos – e olhe lá! – na vida de alguém próximo da gente, mas não na vida de artistas ingleses que nunca souberam da nossa existência.

Então deixa pra lá como foi o “fim de Amy”, hoje é um dia para homenagear uma das maiores cantoras da nossa época.