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Natalia Nissen @_natiiiii

O Tierramystica – integrado por Gui Antonioli, Alexandre Tellini, Fabiano Müller, Rafael Martinelli, Luciano Thumé, Duca Gomes, e Ricardo (Chileno) Durán – se apresenta neste sábado, 19, no Opus 10 Hall Pub em Frederico Westphalen. O grupo de folk metal formado em 2008 já é destaque nacional no gênero e dividiu o palco de shows com diversos artistas importantes do metal, como Paul Di’Anno (aqui mesmo em FW), Scorpions, Angra, Epica, entre outros. O vocalista Ricardo (Chileno) Durán respondeu uma entrevista exclusiva para o The Backstage e você confere a seguir.

The Backstage – O Tierramystica já dividiu o palco com Paul Di’Anno, Scorpions, Angra, e há alguns dias com a cantora Tarja Turunen. O grupo formou-se em 2008 e já alcançou um reconhecimento considerável; como vocês lidam com isso, já era esperado ou foi algo que aconteceu de repente?

O folk metal do Tierramystica em Frederico Westphalen (Foto: divulgação)

Ricardo – Bem, desde o início da formação da banda tentamos ter o máximo de cuidado com a nossa programação, estratégia, etc. Sabemos que isso faz muita diferença, pois queremos fazer um trabalho sólido e bem estruturado tanto em termos musicais quanto em termos de carreira. Então, é de certa forma esperado alcançar esses resultados, pois afinal estamos lutando pra isso! (Risos). E isso vem acontecendo naturalmente, claro que junto a muito trabalho! Ou seja, estamos fazendo a nossa parte. Lidamos com isso na boa, pois fazem parte das nossas metas: levar o Tierramystica junto à nomes de grande peso, e é claro que isso nos deixa muito felizes e satisfeitos!

TB – Como surgiram as oportunidades de tocar com esses artistas?

R – Bem, creio que as oportunidades surgem quando se está pronto para apostar, ousar e quando já se têm uma certa vivência no meio. No caso do Tierramystica, como acabou sendo a continuidade de um trabalho que eu (Ricardo Chileno) e o Fabiano (Muller, guitarra) já havíamos iniciado há quase dez anos atrás, não éramos de todo desconhecidos dos produtores que trazem os grandes grupos para o Brasil e dos fomentadores que realizam os festivais e etc. enfim daqueles que criam e dão espaço para as bandas mostrarem seu trabalho, então já tínhamos diversas parcerias “engatilhadas”, assim, de certa forma o Tierramystica não começou totalmente do “zero” e muitos já esperavam e nos cobravam a continuidade dessa mistura tão fascinante que é a da música latina/andina com o som pesado!

TB – Vocês curtem várias bandas, do rock clássico ao heavy metal, quais delas mais influenciam a música do Tierramystica?

R – Hmm, na realidade cada componente – e olha que são sete! – traz a sua bagagem de influências para o grupo. Eu, por exemplo, trabalho também com música clássica/erudita na OSPA, o Alexandre e o Fabiano, por serem professores, lidam com muita informação musical diferenciada devido aos seus alunos, o Gui também tem outros trabalhos diferenciados assim como o Duca; o Luciano é o que mais tem a ver com a tecnologia da música, o Rafa é bem eclético; enfim todos temos em comum essa paixão pelo som pesado. É claro que as bandas clássicas do rock são as que mais nos influenciam, desde Beatles até Rush ou Iron Maiden só pra citar alguns exemplos, pois se eu fosse para pra citar, certamente ficaria faltando alguma!

TB – Os integrantes já tinham uma bagagem musical relacionada aos sons latinos? Por isso incorporaram instrumentos tão diferentes daqueles que estamos acostumados a ouvir em outras bandas?

R – Creio que os mais “familiarizados” éramos eu e o Fabiano, devido justamente ao projeto anterior que tínhamos, onde esse “caldeirão” de influências andinas, com esse instrumentos todos – charango, ocarina, zampoñas, quenas, toyos e etc. – teve a sua primeira oportunidade de acontecer. Fiquei muito surpreso uma vez ao consultar a Wikipédia e perceber que o estilo “andean metal” tinha como representante o Tierramystica! He He, mesmo não dando muita importância a rótulos, certamente é muito gratificante ver algo que você criou na vanguarda. Quando formado o Tierramystica, todos os integrantes acabaram por aderir definitivamente a esse tipo de sonoridade, já que essa é a proposta principal do grupo.

TB – O grupo dividiu o palco com a Datavenia  no festival Na Mira do Rock em 2009; vocês acompanham o trabalho deles? Eles estarão na plateia do show no próximo sábado.

R – Muito legal! É sempre bom encontrar o pessoal com o qual a gente divide a experiência de tocar, seja num festival, numa abertura de show, nos backstages de algum outro de show e etc. Sempre procuramos acompanhar as bandas com as quais já compartilhamos algum momento da nossa carreira, e posso dizer que a música Devil´s Game está muito boa!!!

TB – E o que o público de Frederico Westphalen pode esperar desta apresentação?

R – Com certeza podem esperar uma apresentação com muita paixão, pois o que mais gostamos de fazer é tocar ao vivo, com certeza! Certamente tocaremos as músicas do álbum “A New Horizon” que é o nosso CD début e que, aliás, apesar da primeira prensagem já estar esgotada, reservamos algumas cópias para o público de FW, pois sem dúvida é um dos lugares que melhor têm nos recepcionado desde o início do grupo!

O The Backstage agradece a atenção de vocês e deseja um ótimo show, e voltem sempre a Frederico Westphalen.

R – Muito obrigado! Nós é que agradecemos o apoio de vocês! Por nós, faríamos shows com muito mais frequência em FW! Gostaríamos de agradecer também aos nossos parceiros que apóiam a nossa proposta musical: Espaço Cultural Zeppelin, Loja A Place, Escola Thalentos, Loja Made In Brazil, Guitarras Walczak. Esperamos todos lá! Que Wiracocha e Inti iluminem a todos nós! E viva à América latina!

Encontre o Tierramystica na internet:

Twitter / Orkut / MySpace / Facebook / Youtube

O Tierramystica divide o palco do pub com os gaúchos do Venus Attack, a partir das 23 horas. Os ingressos estão a venda na Vitrola ou pelo telefone (55) 91363131 – com Catarina. O evento é uma promoção do Na Mira do Rock – 7 anos.

Natalia Nissen@_natiiiii

Eduardo Pegoraro (bateria), Guilherme Busatto (guitarra e vocal), Guilherme Argenta (baixo) e Gabriel Quatrin (guitarra) começaram a tocar juntos em março de 2007. Era o começo da banda Pandemônio, mas o nome não soava bem aos ouvidos de alguns, afinal, eles tocam heavy metal e Pandemônio acabava ficando mais agressivo do que deveria. Foi então, que sem muitos percalços, decidiram mudar para Datavenia.

Datavenia no Opus 10 Hall Pub (Foto: arquivo da banda)

O Gabriel mora em Santa Maria, mas vem a Frederico Westphalen a cada 15 dias e assim o grupo consegue manter um ritmo de ensaios. Mas enquanto um integrante está fora os outros continuam trabalhando no repertório. Com muita dedicação eles evoluem a aprimoram suas técnicas.

O set list é escolhido de acordo com os gostos da própria banda, mas também, depende do público, do local e do tempo de show. Eles valorizam as músicas que não são tocadas por outras bandas do mesmo gênero, mas que as pessoas conhecem e vão cantar junto nas apresentações, como “Cowboys from hell” (Pantera) e “Futebol, mulher e rock’n’roll”(Dr.Sin).

Se tirar um da banda, já foi 50% da Datavenia. Todos são importantes.

Guilherme Busatto

Desde que começaram já tocaram, além de Frederico, em Carazinho, Constantina e Panambi. E cada show tem uma história para ser lembrada, um detalhe engraçado ou um momento de tensão. Em Panambi tocaram em cima de uma carroça, mas lembram que o pessoal estava animado e curtiu o show. Já para tocar em Constantina, o Gui Argenta perdeu o próprio baile de formatura. Entre um relato e outro podemos descobrir muitas histórias da Datavenia.

Os ensaios acontecem no “boeiro”, o nome vem das condições em que o local se encontrava quando a banda se apropriou e resolveu transformá-lo em estúdio. Apesar das músicas “cheias de maldade” eles estão sempre de bom-humor e as eventuais discussões são resolvidas da melhor maneira possível.

A Datavenia se prepara para apresentar sua nova composição, a “Devil’s Game”, no próximo dia 08 de janeiro. A banda vai tocar na seletiva do Na Mira do Rock – festival de rock e heavy metal que acontece anualmente – em Frederico Westphalen, na mesma noite em que outros três grupos se apresentarão.

Para quem quiser conhecer mais da Datavenia, acessa o MySpace.

Carol Govari Nunes – @carolgnunes

Quem esteve na Green Lounge na última sexta-feira conferiu em um clima e temperatura de 666ºC o show da Bidê ou Balde. Com um set list bem elaborado e distribuído, a banda apresentou 22 músicas, incluindo as novas “Me deixa desafinar” e “Tudo é preza”, além de sucessos anteriores, como “Bromélias”, “Melissa”, “Cores bonitas”, “É preciso dar vazão aos sentimentos”, entre outras.

Linha de frente durante o show (Foto: Carol Govari Nunes)

Apesar da temperatura absurdamente elevada na Casa de Shows (devido aos climatizadores estarem desligados por causa do temporal que afetou as redes elétricas de Frederico), o calor não impediu que a banda pulasse de um lado para o outro no palco. O público também não ficou com medo do calor – todos fizeram coro e dançaram durante o show inteiro, fazendo jus ao espírito de qualquer roqueiro que se preze.

Intercalando músicas dos 3 ábuns, a Bidê ou Balde apresentou um show de aproximadamente 01h30min. Alguns covers surgiram no meio das músicas próprias: “Hoje”, do Camisa de Vênus (música que faz parte do disco “É preciso dar vazão aos sentimentos”); “Molly’s lips”, do Nirvana; “Blister in the sun”, do Violent Femmes, e no encerramento do show apareceu um negócio muito louco que foi uma mistura de Nirvana com Jorge Ben.

A interação com o público foi algo que muitos comentaram após a apresentação. Existe uma grande diferença entre músicos que se divertem sozinhos no palco e músicos que se divertem e divertem os que estão assistindo. A plateia ficava ensandecida todas as vezes que o vocalista Carlinhos Carneiro (que me deu uma entrevista aqui) se dirigia a ela, fosse para dar um recado da Casa, dar boa noite, falar do Inter ou do Grêmio ou qualquer coisa que ele pensasse naquele momento.

Laura e Edilson Zanardi puderam ver o show do camarim (Foto: Carol Govari Nunes)

Um fato peculiar que aconteceu neste show foi a vinda de duas pessoas de Araras, interior de São Paulo. A estudante Laura Zanardi, 15 anos, conta que ficouu sabendo do show no site da Bidê ou Balde e convenceu seu pai, o Engenheiro Edilson Zanardi, a trazê-la até Frederico para ver o show da banda. Laura também conta que há mais de 6 anos que ela esperava por esse dia – diz que sempre gostou muito da Bidê. Seu pai também é fã dos músicos. Os dois chegaram em Chapecó (SC) por volta da 1h da manhã da sexta-feira, dia 10, conheceram a cidade, alugaram um carro para se dirigir até Frederico Westphalen, chegando às 16h30min na cidade. Eles tiveram a oportunidade de conversar com a banda no micro-ônibus e conferir o show do camarim que a Green Lounge oferece aos músicos.

Por e-mail, Edilson me contou que eles chegaram em Chapecó 30 minutos antes do voo e não queriam deixar que eles embarcassem por causa da chuva. Depois de muita insistência, ele e a filha embarcaram num voo até Floripa e depois em outro até São Paulo (com duas horas de atraso). O resultado foi que eles passaram mais de 30 horas sem dormir. Mas nada disso abalou o engenheiro, que finalizou o email com um “espero vê-los num próximo show”. É o rock, né.

Se liga no vídeo de “Tudo Bem”, gravado aqui em Frederico Westphalen:

Carol Govari Nunes@carolgnunes

Na última sexta-feira, dia 10, a Bidê ou Balde esteve em Frederico Westphalen apresentando seus antigos e novos sucessos. Por volta das 23h30min da mesma sexta-feira, Chico Bretanha, produtor da banda, entrou em contato comigo (quase que por engano, mas isso não vem ao caso) e depois de 3 minutos de ligação recebi o convite para ir com a banda até o local do show. Muito além da minha ideia inicial, já que o que eu tinha em mente era conversar com eles somente na casa. Em um clima de total descontração, nos dirigimos até a Green Louge cerca de 45 minutos antes do começo do show.

Dentro do micro-ônibus que banda e equipe estavam, eu conversei com Carlinhos Carneiro, vocalista da banda. Trocamos muitas ideias sobre os tipos de arte, censura, projetos e tudo o que surgiu em nossas mentes durante aqueles 30 minutos.

Você confere, a seguir, esse papo maluco e cheio de informações que tivemos (e que o meu gravador conseguiu captar).

Carlinhos Carneiro brinca durante o trajeto Hotel - Green Lounge (Foto: Carol Govari Nunes)

The Backstage: Vocês tiveram algum projeto paralelo durante esses anos sem gravar disco? Porque hoje é bem comum os músicos terem mais de uma banda…

Carlinhos Carneiro: A gente sempre teve essa coisa de não ter. Tivemos algumas outras brincadeiras aí, mas não há o que convém, o papo agora é sobre a Bidê. (risos)

TB: E o que vocês ficaram fazendo nesses 6 anos, então?

CC: Em 2007 a gente fez uma pré-produção, gravamos um grupo de músicas para apresentar para uma gavadora. Apresentamos, não rolou, aí nesse mesmo ano a gente gravou o Som Brasil, da Globo. Depois em 2008, 2009 nós fizemos uns desfiles da Converse no Donna Fashion, no Iguatemi. Também em 2008 a gente fez outra pré-produção com mais músicas para o disco.

Agora nós trabalhamos com um número X de 20, 22 músicas que a gente tá lançando aos poucos que são dessas pré-produções de 2007 e 2008, além de coisas novas, emocionantes. Em 2009 a gente passou tentando fazer esse disco virar verdade, então no final de 2009 surgiu essa parceria com o Beco.

TB: Como surgiu isso? O Beco tem um Selo?

CC: Tem um Selo, sim. A agente tava precisando de alguém pra bancar as nossas loucuras e fechou essa. O Beco tem uma característica de ser da noite, de ser boate e mostrar bastante coisa dessa cena rock dançante. A Bidê sempre deu importância pro rock ser dançante, moderno. A gente nunca se preocupou em parecer com algo antigo, mas sim ser contemporâneo.

TB: Pois é, é uma coisa meio que contracultura o que vocês fazem hoje em dia, em comparação com o que é feito por outras bandas. Por exemplo, vocês fazem letras bem diferentes, divertidas, o que não é muito comum nas bandas atuais. Acho que isso nem é uma pergunta. Mas você entendeu, né? Música para se divertir. Hoje em dia é tudo muito sério…

CC: É, na verdade a gente viajou nisso recentemente porque nesse primeiro EP, que vai ser lançado em março, provavelmente, tem essas duas músicas “Me deixa desafinar” e “Tudo é preza” (que já estão na internet) que ainda têm o nosso senso de humor, a nossa ironia, mas elas são um pouco mais sérias. Para as outras músicas que vão entrar nesse EP a gente se soltou, tipo “ah, agora vamos soltar a bobageira porque deu. Tá todo mundo muito sério, todas as bandas estão sérias, até quem tá se divertindo tá sendo sério, então vamos falar bobagem!” Pode ver lá que vai ter música falando bobagem sobre a Madonna, bobagem sobre a vida de diplomatas em Budapeste… E graças a Deus a gente conseguiu se refrescar a ponto de se permitir fazer isso. E isso mostra bem essa época que a gente tá agora de curtir a banda como no começo, sabe? Achar um ponto cético e explorar ele e se divertir como quando surgiu a banda: “ah, vamos nos vestir de terno e gravata que nem executivo saindo pro almoço”, e a gente se divertia com essa coisa dos anos 80, Blitz, B 52’s, com letras que sejam crônicas bizarras. Essas opções estéticas que no começo a gente teve e curtiu muito. Durante os outros 3 discos a gente foi firmando aquela coisa que toda banda fala: “ah, vamos firmar nossa identidade”, mas na real isso é palha, porque a pessoa perde a iniciativa de ser criativo que tinha no começo da banda. Então para agora, acho que a gente tá conseguindo apertar de novo esse botão de “soltar”, fazer a coisa mais leve.

Galera no micro-ônibus, antes do show (Foto: Carol Govari Nunes)

TB: E isso que a gente tá falando de as coisas serem muito certinhas, censura e tal, que por mais que falem em liberdade de expressão, tem muita censura por aí. Rádio, TV, todos os meios de comunicação dão um jeito de barrar o que eles acham que não pode ser veiculado…

CC: É a ditadura do politicamente correto. A gente vê no Vale Tudo, no canal Viva (que passa coisas antigas da Globo), toda hora o pessoal da novela tá fumando cigarro, e hoje não pode aparecer ninguém fumando um cigarro na novela, nem tomando chopp…

TB: E você acha que isso atinge a arte?

CC: Claro que sim. A nossa liberdade tá completamente cerceada porque a forma de nos atingir não é mais simplesmente prender e dar choque nas bolas do cara – agora eles te tiram o dinheiro, te impossibilitam de trabalhar em um lugar A, B ou C. Essas formas mais inescrupulosas de cercear tua liberdade são mais perigosas. Na real, os tempos atuais são mais perigosos porque eles são aparentemente mais livres, porém a nossa liberdade tá diminuindo. O que mais? Perguntas…

TB: Deixa eu pensar…. Por que vocês dão tantas versões para o nome da banda? Por diversão, lógico! (Risos)

CC: É, porque é divertido. É um saco ter que ficar explicando. Responder sempre a mesma coisa acaba virando um negócio automático.

TB: E ainda perguntam o porquê do nome da banda? Vocês já tem 10 anos de carreira…

CC: Perguntam, perguntam toda hora. Mesmo quando não é entrevista – me perguntam no shopping!

Com a casa de shows lotada, Bidê ou Balde comandou a plateia por mais de uma hora (Foto: Carol Govari Nunes)

TB: Aí a criatividade rola solta na hora de responder…

CC: As vezes, sim. As vezes eu já tô de saco cheio e falo a verdade ou qualquer coisa. Na verdade, a gente tem banda pra não ter Alzheimer, Parkinson, então a gente fez uma banda de rock. Então a gente tem músicas e fica encaixando letras nessas músicas para desenvolver partes do cérebro que estavam paradas e assim evitar que tenhamos Alzheimer. (Risos)

TB: Tudo pela saúde!

CC: Tudo para evitar doenças degenerativas do cérebro. Bah, e eu tô tao dona de casa (alguém atrás, nessa hora, grita: “gorda de casa”), é, tô tão gorda de casa que eu descobri que tenho alergia a detergente de louça. Meus poros da mão ficam “desse tamanho”!

Carol, a gente já chegou na parte da entrevista em que a gente fala sobre traveco?

TB: Não, mas podemos chegar!

CC: Vamos parar de hipocrisia, né? Afinal, quem não gosta de um travequinho? Hoje a gente fez uma música assim: “puta que pariu, tava escuro, era traveco e ninguém viu” (Risos)

(Pausa para devaneios sobre detergente de louça e travestis….)

TB: E sobre clipes, internet, lançamentos?

CC: Então, agora a gente tá organizando tudo isso aí para a partir de março atacar massivamente, aí estamos pensando em um clipe, orçando e, se Deus quiser, vamos gravar até o fim do ano. Já estamos vendo clipe até das outras músicas, gravando também músicas do próximo EP…

Mesmo com o calor, a banda não deixou de dançar durante todo o show (Foto: Carol Govari Nunes)

TB: Vão ser quantas músicas no EP?

CC: O primeiro tem 5 músicas. O segundo ainda não sabemos. Mas estamos gravando uma que já tá demais! Não é nossa, é um cover de Plato Dvorak, ídolo nosso, um malucão lá de Porto Alegre. O cara faz músicas psicodélicas há muito tempo.

TB: E esse lance de divulgar as músicas na internet funciona bem, né?

CC: Claro, funciona muito bem. Agora com esse lançamento de “Me deixa desafinar” na rádio Atlântida, só de a gente colocar a música no site o pessoal do interior de São Paulo ligava pedindo pra ouvir a música online, quer dizer, lugar onde nem passa a rádio! Aí os caras da rádio mesmo vieram me falar: “bah, meu, tem pessoal de Goiânia, São Paulo, gente que nem é do Estado pedindo a música!”. Inclusive esse pessoal que veio de Araras (SP). Tudo isso é possibilitado pela maravilha da tecnologia.

TB: Cara, acho que é isso. Tem considerações finais? (risos)

CC: É legal que o pessoal fique ligado no nosso Twitter, também Facebook, onde a gente coloca as músicas para serem ouvidas. Vão ter uns botõezinhos diferenciados lá no Facebook, Myspace. No Youtube também a gente anda colocando (e filmando) vários vídeos divertidos, soltos. Tem o Mosquito que viaja com a gente, filma e tal, além de cuidar do site e redes sociais. A gente tá com uma visão meio executiva, empresarial, bem num clima de terceirizações. A gente pensa meio sério: “ah, vamos tentar fazer projetos para tentar um DVD, documentário sobre sei lá o que, sabe? Inventando umas ideias tipo essas coisas que a gente grava na estrada de repente não vão para o Youtube, mas viram algo para DVD, para making of. O importante é ir documentando.

E também outras coisas – a gente tem aí uns projetos para serem aprovados ou negados, tudo que envolve esse lance de imagem, internet e fazer música alucinadamente.

TB: Que tipo de projeto?

CC: Tipo esse projeto para DVD, imagens da gente na estrada, projeto para clipe feito com o pessoal do Twitter, tudo dependo de apoio de empresa, patrocínio etc. Sempre pensando em coisas para conseguir dinheiro para providenciar isso aí. Acho que é uma tendência mundial, né, assim como o Black Eyed Peas faz, só que em menor escala. Estamos estudando repertório para um próximo show que vai ter, por exemplo, projeções, iluminações muito loucas e depois passar para um outro com danças, e depois para outro com teatro. Ir crescendo, fazendo misturas e inventando, e a forma de conseguir isso é arrumando dinheiro de outras pessoas. Então quando tu perguntou “ah, o que vocês ficaram fazendo nesses 6 anos sem gravar”, foi isso. A gente ficou pensando “como vamos arranjar dinheiro para patrocinar loucuras?”, porque a graça hoje em ter uma banda não é ser de uma grande gravadora, tocar música na novela, ter música em primeiro lugar nas rádios do Brasil, claro que isso também é legal, mas além disso você consegue ganhar muita grana sendo criativo, louco, explorando o lado mais improvável da tua música. E a gente sempre teve essa característica extremamente fechada no lance de estar fazendo música. A gente quer tentar explorar essas loucuras de outros meios, e graças a Deus a gente tem facilidade para explorar insanidades de uma forma pop, bem digerida pelo público, então todo mundo se diverte. 3 ou 4 velhinhas reclamam, mas elas que vão tomar no cu delas!

* Isso é só a primeira parte: amanhã, aqui no The Backstage, eu vou contar um pouco sobre o show, set list da banda e também sobre pai e filha que vieram do interior de São Paulo para assistir o show aqui em Frederico.

Débora Giese@dee_boraa / Josefina Toniolo @jositoniolo

Verissimo sobe ao palco em Frederico Westphalen (Foto: Caroline Nunes)

Luis Fernando Verissimo foi um dos escritores convidados para a 28ª Feira do Livro de Frederico Westphalen, que acontece na Praça da Matriz até o dia 12 desse mês. Para a surpresa de muitos que desconheciam o talento musical de Verissimo, esse subiu ao palco ao lado da sua banda, Jazz 6, após a sessão de autógrafos e entrevistas.

Bem humorado, o escritor que no momento assumia papel de músico, ao ser aplaudido na sua entrada, respondeu a acolhida com a frase: “Vocês estão me aplaudindo porque ainda não me ouviram tocar”.

A banda se apresentou com Jorge Gerhardt no contrabaixo, Adão Pinheiro no teclado, Edinho Spindola na bateria, Luiz Fernando Rocha no trompete e flugelhorn além de Verissimo no sax. Eles se autointitulam o menor sexteto do mundo, por ser formado por apenas 5 integrantes.

No set list, muito jazz e bossa nova. Músicas consagradas de ambos os estilos embalaram o público durante uma hora e meia. Mesmo quem nunca teve contato com esse tipo de música ficou impressionado com a apresentação. Isso explica o grande número de pessoas presentes, aproximadamente setecentas, segundo a Polícia Militar.

No local houve um encontro de diferentes gerações.  Nádia Dalla Nora de 50 anos, que acompanhava tudo com seu marido, definiu o que assistia como maravilhoso e comentou que, depois desse dia, passará a ouvir mais esse estilo musical. O garoto de 8 anos, Bernardo Binotto, falou com entusiasmo: “Nunca tinha ouvido esse tipo de música e estou gostando muito, muito, muito”.   Isso demonstra que a Jazz 6 conquistou os frederiquenses, agradando a todas as idades.

O evento foi um sucesso, pois mesmo não sendo mais “tão jovens” eles demonstraram muita vitalidade e prazer em tocar. A platéia podia sentir isso e o ambiente entrou no clima do jazz e da bossa nova, transformando a praça em um lugar aconchegante, mesmo com a temperatura cada vez mais baixa.

Merecidamente, os músicos foram aplaudidos em pé, uma forma bonita de agradecimento pela bela noite que proporcionaram e também um convite do próprio público para que voltem mais vezes.

Jazz 6: o menor sexteto do mundo (Foto: Caroline Nunes)

Amanhã você confere uma matéria sobre o backstage da Jazz 6 e uma conversa com todos os integrantes da banda.