Carol Govari Nunes – @carolgnunes
Quem esteve na Green Lounge na última sexta-feira conferiu em um clima e temperatura de 666ºC o show da Bidê ou Balde. Com um set list bem elaborado e distribuído, a banda apresentou 22 músicas, incluindo as novas “Me deixa desafinar” e “Tudo é preza”, além de sucessos anteriores, como “Bromélias”, “Melissa”, “Cores bonitas”, “É preciso dar vazão aos sentimentos”, entre outras.
Apesar da temperatura absurdamente elevada na Casa de Shows (devido aos climatizadores estarem desligados por causa do temporal que afetou as redes elétricas de Frederico), o calor não impediu que a banda pulasse de um lado para o outro no palco. O público também não ficou com medo do calor – todos fizeram coro e dançaram durante o show inteiro, fazendo jus ao espírito de qualquer roqueiro que se preze.
Intercalando músicas dos 3 ábuns, a Bidê ou Balde apresentou um show de aproximadamente 01h30min. Alguns covers surgiram no meio das músicas próprias: “Hoje”, do Camisa de Vênus (música que faz parte do disco “É preciso dar vazão aos sentimentos”); “Molly’s lips”, do Nirvana; “Blister in the sun”, do Violent Femmes, e no encerramento do show apareceu um negócio muito louco que foi uma mistura de Nirvana com Jorge Ben.
A interação com o público foi algo que muitos comentaram após a apresentação. Existe uma grande diferença entre músicos que se divertem sozinhos no palco e músicos que se divertem e divertem os que estão assistindo. A plateia ficava ensandecida todas as vezes que o vocalista Carlinhos Carneiro (que me deu uma entrevista aqui) se dirigia a ela, fosse para dar um recado da Casa, dar boa noite, falar do Inter ou do Grêmio ou qualquer coisa que ele pensasse naquele momento.
Um fato peculiar que aconteceu neste show foi a vinda de duas pessoas de Araras, interior de São Paulo. A estudante Laura Zanardi, 15 anos, conta que ficouu sabendo do show no site da Bidê ou Balde e convenceu seu pai, o Engenheiro Edilson Zanardi, a trazê-la até Frederico para ver o show da banda. Laura também conta que há mais de 6 anos que ela esperava por esse dia – diz que sempre gostou muito da Bidê. Seu pai também é fã dos músicos. Os dois chegaram em Chapecó (SC) por volta da 1h da manhã da sexta-feira, dia 10, conheceram a cidade, alugaram um carro para se dirigir até Frederico Westphalen, chegando às 16h30min na cidade. Eles tiveram a oportunidade de conversar com a banda no micro-ônibus e conferir o show do camarim que a Green Lounge oferece aos músicos.
Por e-mail, Edilson me contou que eles chegaram em Chapecó 30 minutos antes do voo e não queriam deixar que eles embarcassem por causa da chuva. Depois de muita insistência, ele e a filha embarcaram num voo até Floripa e depois em outro até São Paulo (com duas horas de atraso). O resultado foi que eles passaram mais de 30 horas sem dormir. Mas nada disso abalou o engenheiro, que finalizou o email com um “espero vê-los num próximo show”. É o rock, né.
Se liga no vídeo de “Tudo Bem”, gravado aqui em Frederico Westphalen: