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Carol Govari Nunes@carolgnunes

O Bestiário faz parte das novas bandas baianas com músicos antigos da cena local (Foto: Frito)

Bestiário é uma banda baiana formada por Mauro Pithon – vocal; Apu Tude – guitarra; Emanuel Venâncio – bateria; Wallie Beerman – guitarra e CH Straatmann (que gravou os baixos), mas ao vivo quem fica com a posição é Nuno Norris.

Os músicos, que lançaram há pouco o disco virtual no hotsite da banda, são ex-membros da Úteros Em Fúria (lendária banda baiana dos anos 90), Sangria e Veuliah. Por e-mail, Mauro Pithon contou que o Bestiário surgiu logo após o final da Sangria, quando ele, Apu e Emanuel queriam continuar tocando. Aí foi chamar os músicos que queriam fazer parte do projeto e ir para estúdio conceber as músicas. Os guitarristas Apu e Wallie levavam as músicas pré-definidas para os ensaios e lá todos os integrantes da banda opinavam e chegavam às conclusões. Mauro sempre carregava junto um gravador portátil e depois que chegavam em casa é que as letras apareciam, falando basicamente “sobre a terrível certeza que todos nós temos quando nascemos, a morte. Através da violência por terceiros ou por si próprio”, disse o vocalista.

Um fato interessante é que André t, que já produziu Pitty, Cascadura, Nancy Viégas e Retrofoguetes foi quem se ofereceu para produzir o disco. Nas horas vagas, o produtor costuma gravar artistas com os quais simpatiza e que não têm condições de pagar os períodos de gravação, aí então os músicos do Bestiário foram com todas as músicas arranjadas para o estúdio de André t, onde Emanuel Venâncio gravou a bateria em apenas um dia, em 2009. CH, que gravou o baixo, também gravou em apenas um dia, alguns meses após Emanuel. Apu e Wallie (que também é guitarrista dos Mizeravão) gravaram as guitarras durante dois dias no início do ano passado, e Mauro gravou as vozes em janeiro deste ano. Quem também participou das gravações do Bestiário foi Fernanda Monteiro (Dois em Um), que gravou o violoncelo da música “Morfina”, e Fernanda também fez isso muito rápido, em apenas duas horas.

André T conseguiu de maneira brilhante e heróica entregar o disco masterizado em nossas mãos em abril de 2011. E o disco saiu com um resultado como queríamos. Denso, pesado, sombrio, nervoso, mas muito divertido. Quem ouvir alto vai entender o que eu digo. (Mauro Pithon)

Capa do disco. Arte por Sergio Franco Filho e tratamento adicional por Wendell Fernandes. Conceito: Mauro Pithon

Como eu citei no primeiro parágrafo, o disco do Bestiário está disponível com uma ótima qualidade no hotsite da banda. Além das músicas, o download também vem com a capa do disco e as letras. Sobre os shows, Mauro disse que eles estão aprontando e divulgando por todos os lugares possíveis. O único que gravou e não vai tocar nos shows é CH Straatmann (o músico toca no Retrofoguetes), mas no lugar dele quem entra é o baixista português Nuno Norris.

Dentro do disco há regravações da época da Sangria: “Morfina”, “Barbárie”, “Hospício Azul do Sol Poente” e “Náusea”, e a respeito disso o vocalista comentou o seguinte: “Essas são as músicas que mais se parecem com o som do Bestiário e que sempre quisemos gravá-las com ótima qualidade. Então fizemos alguns ajustes, inclusive na melodia e letra de “Náusea” e “Barbárie”. Contamos com arranjos fabulosos de Violoncelo gravados por Fernanda Monteiro do dueto Dois em um na música “Morfina”. Enfim fizemos novas versões de músicas que nós gostávamos e que queríamos continuar tocando”.

Mauro adianta que a banda já tem algumas músicas novas, mas por enquanto elas ficam apenas no projeto.

– Estou planejando filmar mais um clipe até final de 2011, conclui o vocalista, que dirigiu o clipe da música “Cadafalso”, lançado em maio e editado por ele e Maurício Caires.

Carol Govari Nunes@carolgnunes

“Glauber Guimarães, Jorge Solovera, Ricardo Alves, Heitor Dantas e Tadeu Mascarenhas, cansados da vida de modelo e atriz, unem-se para fazer boa música. Livre como a vida deve ser, o Teclas Pretas é um conjunto musical de boa índole. E isso é tudo que você precisa saber. No mais, tire suas próprias conclusões. E boa sorte, que nunca é demais…”

É assim que a banda se define na página da Trama Virtual. Atualmente contando com dois integrantes, o Teclas Pretas é metade Glauber Guimarães (Ex-Dead Billies: infos e discografia aqui) e Jorge Solovera (produtor, engenheiro de som, músico, arranjador). Lançado esse ano, o álbum “2005/2011” reúne músicas de todos esses anos de trabalho, além de uma inédita. E é sobre isso que Glauber Guimarães conversou com o The Backstage:

Glauber Guimarães é 50% da banda Teclas Pretas (Foto: divulgação)

The Backstage: A banda já teve mais integrantes, né? Originalmente ela começou quando?

Glauber Guimarães: O teclas pretas começou em 2005 como um coletivo. Eu, Jorge Solovera, Heitor Dantas, Ricardo Alves e Tadeu Mascarenhas. Todos compuseram e revezaram instrumentos. O disco chama-se “Oolalaquizila” [jan/2006] e pode ser baixado aqui.

TB:  Quando tu e Jorge resolveram seguir em frente? Quais foram as principais mudanças nesse trajeto?

GG: Na verdade em janeiro de 2009, decidimos seguir como uma dupla, compondo juntos e dividindo as ideias, arranjos etc. Os outros três partiram para outros projetos [Demoiselle, os “estudos azedos” de Heitor, Radiola…]. Solovera, Tadeu, Ricardo e Heitor também produzem gravações de outras bandas.

TB: No disco dá para perceber muita influência psicodélica do final dos anos 60. Isso é de 2005 para cá ou os ex-integrantes também tinham essa influência?

GG: Todos têm, mas creio que eu seja o cara que mais ouve late 60s psychedelia. Principalmente inglesa. Mas também ouço Zappa, Chrysalis, bandas americanas desse período. E os Mutantes, claro. Beatles é certamente a grande influência em comum. Além disso, ouço muito Elliott Smith, Malkmus, Wilco, Beck…

TB: O 2005/2011 é produção desses 6 anos? Qual foi o período de mais trampo mesmo?

GG: A gente foi gravando ao longo desse período e lançando eps [“e se…”, “oroboro”, “nó dos mais gravatas”, “vaudevida”]. O 2005/2011 é uma compilação desses eps + algo inédito, como “ópera sabonete”, e fecha um ciclo. Agora começa uma outra fase: Solovera gravando em salvador e eu em São Paulo. Até fim do ano, sai mais umas coisas e tal… Recebo sempre elogios e mensagens como se o Teclas fosse algo só meu, mas não é. Somos uma dupla mesmo. Sem Solovera, não existiria Teclas Pretas.

TB: E a mudança para São Paulo? Tu tá há quanto tempo aí? 

GG: Muito pouco tempo, um mês. Sinto mesmo que aqui é meu lugar, não necessariamente pelo circuito de rock, mas pela cidade mesmo. Me sinto muito à vontade aqui. Em casa.

Capa do disco "2005/2011"

TB: As coisas funcionam melhor aí do que em Salvador ou as dificuldades de músicos independentes são as mesmas em qualquer lugar?

GG: No Brasil, basicamente as mesmas. É preciso haver um caminho do meio por aqui. O mercado precisa amadurecer. Os artistas já estão avançando um bocado, criativa e estruturalmente. É preciso que se exista para além da grande mídia, da MTV, do entediante jornalismo cultural [salvo exceções], do jabá etc etc. Entremos de vez no século 21.

TB: Tu já tocou vários estilos de música. Quais teus artistas favoritos? O que tu tem ouvido ultimamente?

GG: Wilco, Elliott Smith, Ivan Lins [1974/78], Floyd, música cigana, música judaica tradicional, Django Reinhardt, Pélico, Chico, Caetano, Nirvana, muita coisa… Beatles e os discos solo dos Beatles, sempre.

Além do Teclas Pretas, Solovera também produz gravações de outras bandas (Foto: divulgação)

TB: No The Backstage a gente costuma perguntar sempre sobre o meio online para trabalhar. E para ti, como músico, que tocou nos anos 90, onde a divulgação devia ser bem diferente de agora, como é lidar com essa instantaneidade?

GG: Acho a diversidade uma beleza. A rapidez também. O que os colecionadores de vinil fazem na rede, postando discos fora de catálogo [vinyl rips], como no caso do “loronix”, é importantíssimo.

TB:Quais as ferramentas que o Teclas Pretas usa?

GG: Coloquei as músicas no myspace mesmo. Quero cuidar mais do reverbnation ou similar… E no facebook também vou espalhando o que fazemos.

TB: Novidades? Clipes? Projetos?

GG: O Teclas Pretas continua. Temos, eu e Solovera, outras músicas importantes pra gravar. Mas agora tô gravando duas músicas que fiz com Murilo Goodgroves [também de salvador e morando aqui há mais tempo]. Elas falam de São Paulo e de ser forasteiro residente em São Paulo. É um lance à parte e tá ficando lindão…Em breve, coloco na rede. É isso: wim wenders e aprendenders. Abración!

Carol Govari Nunes@carolgnunes

A música representa um imaginado ato de contrição de Cristóvão Colombo (Foto: Fábio Cascadura, em Buenos Aires)

No primeiro minuto do dia 18 de julho o Cascadura disponibilizou em seu site a música “Colombo”, primeiro single do disco “Aleluia”, que deve ter seu lançamento virtual lá por setembro. Para quem não sabe, o “Aleluia” será um disco duplo com 22 músicas e produzido por andré t, mesmo produtor do “Bogary”, um dos maiores discos de rock dos anos 2000.

Além de Fábio Cascadura (voz, vocais), Thiago Trad (bateria, tambor mourisco, tarol medieval), andré t (baixo, piano elétrico) e Jô Estrada (guitarras), “Colombo” conta com a participação especial de Siba Veloso na rabeca.

Quem estava preocupado que nada ultrapassaria o “Efeito Bogary” já pode relaxar: “Colombo” dá pistas de que o “Aleluia” vai ser tão genial quanto o disco anterior.

A música está entre uma das 50 concorrentes do IX Festival de Música Educadora FM, e pode ser votada através do link http://www.irdeb.ba.gov.br/festivaleducadora/

Você lê outras muitas informações sobre o single/produção do disco aqui, e ainda pode ouvir e fazer o download da música.

PS: Fábio Cascadura compôs com Thedy Correa e gravou os vocais da música “Pequena”, da banda gaúcha Nenhum de Nós. O disco foi lançado em abril e está disponível para audição no site da banda.

Carol Govari Nunes@carolgnunes

Depois de 5 anos como vocalista da banda soteropolitana Matiz, Mariana Diniz, 27 anos, deixou a banda e está armazenando composições para seu projeto solo.

Durante o ano de 2010, os integrantes da banda Matiz fixaram-se no Rio de Janeiro para mixar e masterizar seu CD de lançamento – que já estava gravado, fazer a arte do disco e disponibilizá-lo para venda. No final de 2010, Mariana anunciou sua saída da Matiz, alegando estafa musical e retornou a Salvador, onde começou sua carreira.

Mariana afirma seguir carreira solo, mas diz não ter banda, ainda (Foto: Caroline Paternostro)

Através de uma conversa no MSN, a cantora contou suas ideias e expectativas para a nova carreira solo.

– Assim que assumi para mim mesma o fim, começou a rolar a empolgação com o trabalho novo. Comecei a pensar nas músicas que eu já tinha, nas letras, em parcerias que poderia fazer e em músicos que pudessem colar. Cheguei em Salvador e comecei a fazer os contatos, mas enquanto não rolar ensaio, nenhuma banda está formada, diz a cantora.

Foram produzidas 12 músicas para este disco que estava sendo finalizado no Rio de Janeiro, das quais 4 Mariana compôs. São elas “Carta”, “Dueto”, “Henri Matisse” e “1968 – Nenhuma tarde ruim”, duas musicadas por seu ex-parceiro de banda e guitarrista Daniel Albuquerque (Dinha), e outras duas pelo baterista Leo Abreu. Das músicas que entrarão em seu novo repertório e serão as primeiras a serem trabalhadas, Dinha foi quem musicou 4 delas.

Diferentemente de quando estava na Matiz, Mariana pretende mesmo investir em um projeto solo, com total autonomia e apenas cantando letras suas. Além disso, brinca dizendo que não se sentiria a vontade com o anúncio pré-show “com vocês, Mariana Diniz”, daí a vontade de dar um nome ao projeto. Mas diz que, caso não encontre um nome que faça jus ao que quer propor ao público, o projeto levará o nome dela. Conta, ainda, que já tem mais de 10 letras prontas para serem trabalhadas. Porém, como ela acha que as letras não se sustentam sem a música, só saberá quais entrarão no CD quando vir-las musicadas.

Mariana já está em contato com alguns músicos e diz que provavelmente em fevereiro eles comecem os ensaios para dar continuidade à sua carreira musical.

A cantora pretende dar continuidade na sua carreira em Letras, além da música (Foto: Caroline Paternostro)

– Tem algo muito representativo nesse projeto para mim: quero me afirmar como uma artista de música independente de Salvador. Além de cantora, quero chamar atenção para o meu lado compositora, da qual me orgulho bastante. Quero ser reconhecida como artista que sou. Artista, fundamentalmente artista. É uma condição, entende? Independente do status que a inserção no mainstream inevitavelmente confere, e que eu não tenho. Música é uma necessidade. Até darei continuidade à minha carreira em Letras- justo para poder bancar minha música, mas cantar o que eu escrevo é tudo o que eu preciso. E quero muito que isso chegue, comenta Mariana.

A cantora também conta que, por enquanto, não pretende lançar um álbum. Sua ideia é ir lançando as músicas gravadas no MySpace, que será criado assim que o projeto estiver definido.

– Estou pensando em um nome para o projeto solo. E tudo sem muitas pretensões: ensaiar, gravar, divulgar, fazer show, conclui a cantora.

Finalizando nossa conversa, Mariana cita um trecho de uma carta de Mario de Andrade:

“… pra aguentar um destino desses, antes de mais nada, é preciso ter uma ambição enorme, uma paciência enraivecida, um desejo de se vingar da vida, e uma ensolarada saúde mental. (…) Você se analise, pense seriamente sobre você, sobre se você sente mesmo em si A FATALIDADE DE SER ARTISTA, sobre se tem coragem e força pra aguentar o tranco duro que vai ser o seu. Se você tem orgulho suficiente pra mandar o mundo à puta-que-o-pariu em benefício desse mesmo mundo imbecil, se você tem coragem para tanto, sem falsa humildade, então vamos principiar.”

Confira o videoclipe de Dueto (parceria de Mariana Diniz e Daniel Albuquerque), lançado em 2007.

Carol Govari Nunes – @carolgnunes

Há 18 anos fazendo rock em Salvador, o Cascadura já foi elogiado pelos maiores nomes da música nacional: Lobão, Nando Reis, Pitty, entre outros. Atualmente trabalhando em seu quinto disco, o “Aleluia”, Fábio Cascadura, membro da formação original, nos conta, por e-mail, sobre o processo de divulgação online e todo o retorno que a internet possibilitou (e possibilita cada vez mais) para as bandas independentes.

O Cascadura faz parte dos artistas totalmente independentes, produzindo tudo o que é veiculado (Foto Ricardo Prado)

Veja, a seguir, o que Fábio Cascadura contou para o The Backstage:

The Backstage: Como é a divulgação da banda na internet? Como atingir o público?

Fábio Cascadura: Acho que o processo de divulgação de uma banda na internet não tem mais mistérios. O Cascadura se utiliza dos canais que estão disponíveis na rede, buscando fazer chegar seu som ao maior número de pessoas. Um bom exemplo são as comunidades de relacionamento como MySpace, Orkut, Flickr, Fotolog, Youtube, Twitter… tudo isso soma.
Além disso, para nossas apresentações essas são ferramentas disseminadoras em potencial.

TB : Como é lançar um disco através de um selo independente?

FC: Bem, dentro da realidade atual, é massa. A liberdade é fantástica! E no final, salvo pelos orçamentos que se despendem com divulgação em TVs e rádios, estamos em pé de igualdade no que diz respeito a qualidade técnica. Os discos do Cascadura sempre são indicados ao lado de artistas das chamadas grandes gravadoras e outras, chamadas  independentes, mas que são gravadoras com o mesmo comportamento das tradicionais… Na real, nem selo nos temos, nem somos contratados de selo para lançar discos ou outros produtos do Cascadura. Estamos na faixa mais atuante da música: a do artista totalmente independe. Aquele que é músico, compositor, produtor, empresário. E estamos adorando ser isso e sermos reconhecidos pela excelência do que temos proposto…

TB: Quais os benefícios que a banda têm com a utilização da internet?

FC: É muito simples: não existem fronteiras físicas. Podemos chegar onde quisermos, por quanto tempo quisermos. Lógico que não dá para viver somente no mundo virtual e ele só não basta. Mas vamos pensar que atrás daqueles computadores existem seres humanos, que sentem algo diferente quando escutam algo igualmente diferente… Isso é o que acontece quando se propõe algo bom, realmente artístico. É uma questão de seguir expondo o que se pensa com muita honestidade e responsabilidade… A internet é um campo aberto é preciso lidar com muita responsabilidade com ela.

TB: Como era anos atrás, antes dessa possibilidade de veiculação online?

FC: Não era melhor ou pior que hoje. Era diferente, talvez mais difícil por conta das distâncias. Mas era igualmente realizador.
Geralmente, antes das gravações domésticas digitais, uma banda levava um ou dois anos na garagem, no barzinho, tocando, aprimorando o repertório para então chegar a um estúdio profissional ou semi-profissional para gravar uma fita demo. Era uma delícia. Ao menos para mim que fiz isso algumas  vezes e aprendi um monte de coisas pelo trajeto… Hoje é mais fácil, acho que isso é bom por um lado, mas por outro, nos faz dar de cara com um monte de bandas despreparadas, iludidas pela veiculação virtual fácil.  as vezes os caras tem uma demo com zilhões de acessos e só por isso pensam que são revolucionários e que merecem ” O seu espaço”. Ora, acessos por acessos “A dança do quadrado” tá aí, bombando. Nem por isso lhe atribuem a alcunha de “genial”. Mas, essa é uma característica deste tempo em que estamos vivendo e não é a ruína da música. O trajeto vai selecionando e aprimorando cada um…

Fábio Cascadura utiliza todas as redes virtuais possíveis para divulgar sua música (Foto: divulgação)

TB: E a produção de videoclipe pra circulação online causa o mesmo efeito que na televisão?

FC: Não. Do mesmo modo que a divulgação na internet proporciona liberdade de quem quiser ver um clipe, assisti-lo quando quiser, na TV, essa divulgação mostra essa obra a quem não esperava vê-la. Os dois veículos são importantes e válidos. Devemos usa-los, todos.

TB: A disponibilização de EP’s e CD’s inteiros na internet ajuda realmente na divulgação? Como é o retorno? Há retorno financeiro?

FC: Diretamente, não. Não há retorno financeiro. Mas há o retorno de circulação. É algo que só se pode medir em amostragens dentro de um espaço muito largo de tempo. Nós disponibilizamos a nossa música na internet, especialmente, porquê queremos que as pessoas nos escutem. Isso não inibe a compra de CD’s. Um exemplo é o nosso 4° disco, Bogary. Suas músicas estavam disponíveis na internet o tempo inteiro e vendemos mais de 10 mil cópias deles. Nós mesmos vendemos! De mão em mão. Claro: houve o apoio da distribuidora… mas a grande maioria dos exemplares foi vendida nos shows da banda.
Além disso, mais pessoas passaram a ter acesso ao nosso som, ao nosso ideal, nossa proposta, nossas letras e histórias. Uma curiosidade maior se criou em relação ao que somos no palco e mais gente veio aos shows (em especial na Bahia e em São Paulo). Daí, tivemos retorno, sim. Vivemos de música para a música. ninguém na banda é rico ou tem herança de grana. Mas todos se sustentam com o trabalho na música. Isso é mais importante quando percebemos que somos nós os empresários, produtores, agentes… Somos o A e o Z em nosso universo. Só não podemos ser o nosso público. Por isso ele nos é tão importante.

*Outras informações sobre o Cascadura você encontra no twitter oficial da banda e no twitter de Fábio Cascadura.