Carol Govari Nunes – @carolgnunes
Depois de 5 anos como vocalista da banda soteropolitana Matiz, Mariana Diniz, 27 anos, deixou a banda e está armazenando composições para seu projeto solo.
Durante o ano de 2010, os integrantes da banda Matiz fixaram-se no Rio de Janeiro para mixar e masterizar seu CD de lançamento – que já estava gravado, fazer a arte do disco e disponibilizá-lo para venda. No final de 2010, Mariana anunciou sua saída da Matiz, alegando estafa musical e retornou a Salvador, onde começou sua carreira.
Através de uma conversa no MSN, a cantora contou suas ideias e expectativas para a nova carreira solo.
– Assim que assumi para mim mesma o fim, começou a rolar a empolgação com o trabalho novo. Comecei a pensar nas músicas que eu já tinha, nas letras, em parcerias que poderia fazer e em músicos que pudessem colar. Cheguei em Salvador e comecei a fazer os contatos, mas enquanto não rolar ensaio, nenhuma banda está formada, diz a cantora.
Foram produzidas 12 músicas para este disco que estava sendo finalizado no Rio de Janeiro, das quais 4 Mariana compôs. São elas “Carta”, “Dueto”, “Henri Matisse” e “1968 – Nenhuma tarde ruim”, duas musicadas por seu ex-parceiro de banda e guitarrista Daniel Albuquerque (Dinha), e outras duas pelo baterista Leo Abreu. Das músicas que entrarão em seu novo repertório e serão as primeiras a serem trabalhadas, Dinha foi quem musicou 4 delas.
Diferentemente de quando estava na Matiz, Mariana pretende mesmo investir em um projeto solo, com total autonomia e apenas cantando letras suas. Além disso, brinca dizendo que não se sentiria a vontade com o anúncio pré-show “com vocês, Mariana Diniz”, daí a vontade de dar um nome ao projeto. Mas diz que, caso não encontre um nome que faça jus ao que quer propor ao público, o projeto levará o nome dela. Conta, ainda, que já tem mais de 10 letras prontas para serem trabalhadas. Porém, como ela acha que as letras não se sustentam sem a música, só saberá quais entrarão no CD quando vir-las musicadas.
Mariana já está em contato com alguns músicos e diz que provavelmente em fevereiro eles comecem os ensaios para dar continuidade à sua carreira musical.

A cantora pretende dar continuidade na sua carreira em Letras, além da música (Foto: Caroline Paternostro)
– Tem algo muito representativo nesse projeto para mim: quero me afirmar como uma artista de música independente de Salvador. Além de cantora, quero chamar atenção para o meu lado compositora, da qual me orgulho bastante. Quero ser reconhecida como artista que sou. Artista, fundamentalmente artista. É uma condição, entende? Independente do status que a inserção no mainstream inevitavelmente confere, e que eu não tenho. Música é uma necessidade. Até darei continuidade à minha carreira em Letras- justo para poder bancar minha música, mas cantar o que eu escrevo é tudo o que eu preciso. E quero muito que isso chegue, comenta Mariana.
A cantora também conta que, por enquanto, não pretende lançar um álbum. Sua ideia é ir lançando as músicas gravadas no MySpace, que será criado assim que o projeto estiver definido.
– Estou pensando em um nome para o projeto solo. E tudo sem muitas pretensões: ensaiar, gravar, divulgar, fazer show, conclui a cantora.
Finalizando nossa conversa, Mariana cita um trecho de uma carta de Mario de Andrade:
“… pra aguentar um destino desses, antes de mais nada, é preciso ter uma ambição enorme, uma paciência enraivecida, um desejo de se vingar da vida, e uma ensolarada saúde mental. (…) Você se analise, pense seriamente sobre você, sobre se você sente mesmo em si A FATALIDADE DE SER ARTISTA, sobre se tem coragem e força pra aguentar o tranco duro que vai ser o seu. Se você tem orgulho suficiente pra mandar o mundo à puta-que-o-pariu em benefício desse mesmo mundo imbecil, se você tem coragem para tanto, sem falsa humildade, então vamos principiar.”
Confira o videoclipe de Dueto (parceria de Mariana Diniz e Daniel Albuquerque), lançado em 2007.
É isso aí, Mariana. Bola pra frente, talento e sensibilidade vc tem de sobra. E além de tantos outros atributos, vc possui uma extraordinária beleza interior e exterior. A vida vai tomando o seu curso, e, afinal, “Tudo que é redondo na ladeira rola”… Lembra?
Bjo grande,
Sonja Mara
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Isso, Mari!
😀
Fiquei triste pela Matiz, pois acompanhei desde 2007 e me apaixonei pelo perfil da banda, gostei de cada integrante, das particularidades sonoras e de sua postura em palco.
Mas desejo com certeza muito sucesso em sua carreira solo. E claro Rafa e eu, esperamos sua visita a Alagoinhas, pela terceira vez, para poder cantarolarmos juntos os seus escritos musicados, sempre tão ricos e elaborados.
Beijos.
Ariane Borges.
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