O Festival de Ska de Montreal completou 10 anos na semana passada: nos dias 22, 23 e 24 de novembro rolou muito ska, rocksteady, reggae, dub, 2 tone e punk. Boa parte das bandas, fui descobrir no segundo dia, são da gravadora local Stomp Recods, fundada com o objetivo de lançar, apoiar e unir as bandas canadenses de ska. Hoje em dia, a gravadora se denomina “a full-service ska-punk-rock-n-roll record label, booking agency and music management company based in the heart of Montreal since 1995”.

Então além de conhecer bandas novas, conheci uma gravadora que tem um vasto catálogo de gêneros musicais que eu adoro, principalmente com bandas da terceira onda do ska. Bom, dá pra ver que eu pirei na gravadora, mas vamos ao festival:

 

 

 

No dia 22, o festival ocorreu no Café Campus e quem deu início aos trabalhos foi o power trio de reggae good-vibes-total FoOlish, aqui de Montreal. A banda é massa, o show é divertido e a baixista é excelente. Tocaram alguns covers, mas as músicas autorais se sobressaíram. Na sequência, The Hangers, uma banda de rock-funk-ska-reggae que atua na cena underground de Montreal desde 2009. O show foi bem mais agitado, com mais adesão do público, que aos poucos chegava para a principal atração da noite: Danny Rebel & KGB. A banda de reggae foi formada em 2007 em Montreal com o intuito de espalhar “good vibes and good times”. E assim foi o show: com certeza o mais reggaezão e good vibe de todo o festival. Além de cantor e compositor, Danny Rebel é um baita ilustrador. Vale dar uma conferida no Instagram dele e ver os desenhos do cara por lá.

 

 

 

No dia 23 o festival mudou para o Club Soda, uma casa de espetáculos que já abrigou shows de Amy Winehouse, PJ Harvey, Ben Harper, Oasis, entre outros. Quem abriu a noite foi o The Sentries, de Ottawa, com uma mistura de ska, reggae, rocksteady, dub, além de jazz jamaicano. Som pra dançar: impossível ficar parado. Depois da pista do Club Soda parecer um salão jamaicano da década de 1970, a Crash Ton Rock fez a galera pular com muito punk rock cantado em francês. A banda veio de Saguenay (uma cidade que também fica na região do Quebec), onde atua desde 2006 e é uma das principais bandas da cena local. De Vancouver, veio a divertidíssima The Dreadnoughts, conhecida no Canadá como “the biggest, baddest, drunkest, punkest folk band”. Um lance bem Gogol Bordello, Flogging Molly, Dropkick Murphys, street punk meio celta, cheio de violino, bandolim, galera dançando polka e um vocalista/guitarrista super debochado que tirou sarro da plateia que estava na área vip – e das próprias bandas de ska, dizendo que qualquer um tocava isso na guitarra – o tempo todo.  Destaque pra violinista da banda, que além de fazer toda a diferença musicalmente, foi ótima também na performance de palco.

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The Planet Smashers

A atração principal da noite era o The Planet Smashers, banda de ska (de vez em quando uma levada meio punk, de vez em quando uma levada meio pop) de Montreal que já vendeu mais de um milhão de cópias de discos (8, até o momento, inclusive o show faz parte da turnê do Mixed Messages) pelo mundo inteiro. O Club Soda, de fato, só encheu quando o The Planet Smashers subiu ao palco. A banda fez um show repleto de hits que foram cantados pelo público o tempo todo. Inclusive, ouviu lamentos quando “pediu” pra tocar músicas do disco novo.

 

 

 

 

De volta ao Café Campus, a terceira e última noite do festival foi aberta pelo ska-rocksteady do The Classy Wrecks, banda formada em 2016 em Toronto. Apesar do pouco tempo de vida, o The Classy Wrecks já tem dois EP’s e lançou seu disco de estreia em 2018. Foi um show curto, mas deu pra conhecer um pouco a banda. Na sequência, The Peelers, banda formada no Condado de North Glengarry, no leste de Ontário, em 1999, mas que agora firmou base em Montreal. Assim como o The Dreadnoughts, são reconhecidos por todo o Canadá como uma das mais notórias bandas de punk celta, ou seja, foi um show que misturou muito punk rock com música tradicional irlandesa. O lineup do terceiro dia sofreu uma baixa: o Beatdown, principal banda da noite, precisou cancelar. Quem entrou no lugar foi o Rub-a-dub Rebels, banda que não estava na programação – mas que fez o after-party do segundo dia de festival – e que acabou fazendo um dos melhores shows dos 3 dias.  No saxofone – e também nos vocais – estava Lorraine Muller, ex-integrante do The Kingpins, figura importantíssima na cena de ska de Montreal, reconhecida por ter sido a primeira mulher a ter sucesso na cena, onde atua desde 1995 (e responsável por me receber e me credenciar no festival. Thank you, Lorraine, you’re the best!).

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The Void Union

A última banda da noite foi o The Void Union, que veio de Boston pra encerrar o festival. Cheios de influências de reggae, early ska, rocksteady, jazz e soul, o The Void Union fez um show extremamente dançante e que manteve o público na pista o tempo todo. Finalizaram com “Enjoy Yorself (It’s later than you think)”, música de Carl Sigman e Herb Magidson, gravada por Guy Lombardo e His Royal Canadians e lançada pela Decca Records em 1949. A música teve várias versões, adaptações e regravações, e a minha preferida é a do The Specials, lançada em 1980 no disco More Specials – que eu acho, inclusive, é a versão mais executada pelas bandas e DJs de ska. Uma música perfeita pra fechar o festival e nos lembrar que os anos passam num piscar de olhos, então, né, vamos nos divertir 🙂

Comentários
  1. […] 10 anos do Festival de Ska de Montreal […]

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