Carol Govari Nunes – @carolgnunes

Ótima iluminação de palco e som impecável foram alguns dos pontos altos do show (Foto: Carol G. Nunes)
O local é o mesmo onde eu a vi pela primeira vez, em 2004. Onze anos depois, muita coisa mudou. Na verdade, desde o show de lançamento do SETEVIDAS, em 2014, muita coisa mudou.
O segundo show da turnê SETEVIDAS em solo portoalegrense começou às 23h do dia 21, quinta-feira passada, e durou quase duas horas. Mais uma vez, com ingressos esgotados e o Opinião abarrotado de gente. Um público mais heterogêneo do que no ano passado se unia em coro para cantar todas as músicas. Se o som não estivesse ótimo, quase não teria dado pra ouvir a voz de Pitty em nenhuma canção. Perto de mim, mesmo um pouco mais para o fundo do bar, pessoas cantavam até terminarem com o ar de seus pulmões.
Aquele telão que eu comentei no ano passado está ainda mais interessante. Muitas imagens mudaram, transformando o show em uma experiência sensorial muito maior – quase que nos sugando pra dentro dele – e fazendo com que a fruição deste seja ainda mais intensa. Agora, durante Um Leão, o que rola no telão é o videoclipe da música.
Pra mim, o show de Pitty está muito mais combustão lenta do que explosão total em músicas específicas. Claro, tem seus ápices, mas há algo ali que incendeia o tempo todo; um fogo que nunca termina ou sequer diminui. A crueza do baixo-guitarra-bateria, que deu lugar a novos timbres e texturas, faz com que o público desfrute de uma experiência como um todo e com o corpo todo – do cérebro aos pés –, seja você da galera dos headbanguers, dos que cantam todas as músicas ou mesmo dos que ficam parados/hipnotizados/mudos sem tirar os olhos do palco. Talvez seja exatamente isso que faça com que o público esteja mais heterogêneo, de diversas idades e estilos, pelo menos aqui na capital gaúcha.
Definitivamente, a turnê SETEVIDAS traz uma artista renovada e sem amarras. A turnê acabou de completar um ano e se você ainda não viu, repito: vá ao show e presencie esse retorno brutal, pois é ali onde Pitty se desnuda emocionalmente – onde a vemos forte e com o que de mais genuíno a arte tem a oferecer.
PS: Rolou Be My Baby (acompanhada somente de palmas) durante Me Adora. O trechinho que consegui pegar ta aqui.
Martin – Quando Um Não Quer

O show acústico de Martin traz arranjos lindíssimos para novas e antigas músicas (Foto: Carol G. Nunes)
O esquenta pro show de quinta rolou no La Estación Pub, no dia anterior, num show acústico do novo (e belíssimo) disco do Martin. Quem acompanhou Martin foi Guilherme, parceiro de sempre, e Fernanda Mocellin, que ahazou no cajón. De quebra, ainda rolou uma participação do Carlinhos Carneiro cantando Bromélias, clássico da Bidê ou Balde.
Martin tá com um repertório incrível, que mistura músicas do QUNQ e do Dezenove Vezes Amor, além de versões de discos que eles gostam. Dessa vez, rolou Bom Brasileiro (Cachorro Grande), Nostalgia (Vivendo do Ócio) e Contra-luz (Cascadura). Foi uma noite ótima com muito amor, música boa e diversão.
Além de estar em diversas plataformas de streaming, soube que o disco físico tá vindo aí. Fiquemos ligados!
Vídeo de Outra História, do disco QUNQ, aqui.
“mas há algo ali que incendeia o tempo todo; um fogo que nunca termina ou sequer diminui”
Exatamente! Também fui ao show do ano passado e sai desse abismada, a Pitty conseguiu apresentar um show ainda mais lindo.
Confesso que até lágrimas surgiram nesse espetáculo, impossível não se emocionar com tamanha energia, tamanha verdade.
Show pra mim é algo muito singular, são pessoas reunidas com um único pensamento: prestigiar o artista que está no palco. Isso é mágico!
Me senti muito contemplada pela tua resenha, obrigada e parabéns.
Um beijo, Júlia
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[…] Pitty faz mais um show memorável no Opinião […]
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