Natalia Nissen – @_natalices
Queria ter escrito há mais tempo, mas as férias só chegaram agora. No início do mês vi uma postagem do Cagê Lisboa dizendo que estava desempregado. Era o fim da Ipanema FM – com a desculpa de continuar na web. Eu não ouvia todos os dias, mas era uma das rádios que ouvimos em casa na “hora do chimarrão”. “Apesar dos ótimos resultados nos últimos meses, a Band São Paulo decidiu colocar a AM nos 94.9. Foi o fim de um trabalho bonito que mudou a cena cultural e comportamental do RS”, publicou o Cagê.
A Ipanema também fez parte dos meus estudos para o TCC e fez parte da vida de muita gente que gosta do bom e velho rock’n’roll, desde os anos oitenta. Nas ondas do rádio lançaram uma pá de banda do rock gaúcho. E é uma pena que o rock perca, a cada dia mais, o espaço no FM. Porque sempre haverá alguém disposto a apertar o botãozinho do rádio para ouvir a programação sem ter que ligar o botãozinho do computador. Ainda assim, sorte a nossa que a internet está aí para nos mostrar boas opções de entretenimento.
O rock não vai morrer. O rádio, o vinil, o jornal impresso ou os livros em papel também não. Mas é lamentável como o segmento perde espaço mesmo tendo público, só porque não “vende”. E naquela semana do comunicado sobre o fim da rádio, também vi um texto na Putzgrila. Os órfãos da Ipanema não ficarão sem ouvir as músicas e notícias que gostam.
A Ipanema FM acabou, mas o rock não. Nem o rádio. “À guisa de exemplo, as antigas rádios AM que pareciam fadadas à extinção com o advento das FM, ganharam novos formatos. Algumas delas se tornaram mais regionalizadas e outras foram ampliadas através da melhoria de qualidade dos sinais, transformando-se, inclusive, em veículos centrados basicamente no radiojornalismo. A transmissão via satélite transformou várias rádios FM em redes radiofônicas, ao mesmo tempo em que a mídia rádio é repensada pela veiculação através da Internet” – Jeder Janotti em ‘Aumenta que isso aí é Rock and Roll’.