Posts Tagged ‘Bar Ocidente’

A noite da última quinta-feira, dia 5 de março, ficou marcada na história da cultura porto-alegrense: com 22 anos de existência, o projeto Ocidente Acústico, idealizado por Márcio Ventura (Rei Magro Produções), comemorou sua milésima edição com shows da Graforréia Xilarmônica e Ultramen. A discotecagem da noite ficou por conta de Katia Suman e Claudio Cunha, vozes da extinta rádio Ipanema FM, que apoiou o projeto desde seus tempos primórdios.

O público, que lotou o Ocidente, estava realmente disposto a celebrar a data, assim como as bandas, que não mediram esforços ao agradecer repetidamente Márcio Ventura pelo suporte à cena local, sempre criando projetos para que as bandas pudessem tocar – assim como o Ocidente que, por sua vez, fornece espaço para que isso ocorra.

IMG_1667

Graforréia Xilarmônica (Foto: Carol Govari)

A Graforréia Xilarmônica compilou em pouco mais de uma hora todos os seus hits, entre eles “Picardia”, “Bagaceiro Chinelão”, “Eu”, “Nunca Diga”, “Você Foi Embora”, “A Técnica do Baixo Elétrico”, “Literatura Brasileira” e, claro, “Amigo Punk”, que foi tocada também pela Ultramen – assim como “Nunca Diga”. Frank Jorge lembrou de outro nome muito importante para a música local: Carlos Eduardo Miranda (o Gordo Miranda), que faleceu em março de 2018, e foi respondido com uma salva de palmas pelo público presente.

 

Após o ótimo show da Graforréia – que também fez o show em comemoração às 500 edições do projeto –, no andar superior da casa, a Ultramen deu sequência aos trabalhos. Tonho Crocco fez questão de agradecer ao Rei Magro pela oportunidade de tocar naquela noite (e em todas as outras, visto que a Ultramen já tocou inúmeras vezes no projeto) e pediu uma salva de palmas para Márcio Ventura. O vocalista ainda frisou a importância do Ocidente, exaltando as melhorias da casa (como o elevador panorâmico) e contando várias histórias da Ultramen que aconteceram naquela esquina entre a João Telles e a Osvaldo Aranha.

Em relação aos hits, é claro que a Ultramen também fez bonito: “Dívida”, “Peleia”, “Hip Hop Beatbox com Vocal e James Brown”, “Alto e Distante”, “Santo Forte”, além de “Felicidade Espacial”, “Tente Enxergar”, “O Chaveiro” e outras do mais recente disco (Tente Enxergar). Como não poderia ser diferente, rolou um “Baby Shark” na introdução da clássica “Tubarãozinho”, que obviamente sigo cantando até hoje. O show dos ultramanos também teve uma participação especial: Buiu Rodriguez, do grupo Da Guedes, dividiu os vocais de “Não Para” e “Meu Compromisso” com Tonho Crocco e Malásia.

1

Ultramen (Foto: Carol Govari)

Na próxima quinta-feira, dia 12, o Ocidente Acústico apresenta “Mil e uma noites de Tim”: às 22h, Projeto Tim Maia Racional + Projeto Tim Maia lado B no palco espaço OX (no andar de baixo), e às 23h30min, no palco Ocidente, Tributo a Tim Maia (com Tonho Crocco no vocal).

O restante da agenda do projeto você confere clicando aqui.

Carol Govari Nunes@carolgnunes

Depois de 20 anos à frente do Arthur de Faria & Seu Conjunto (que encerrou atividades em 2015, mas está finalizando seu sexto e último disco), Arthur cercou-se de quatro jovens músicos da nova cena de rock (e outras coisas) de Porto Alegre. Quatro grandes instrumentistas, mas não só. Todos donos de estilos bastante pessoais, e com seus próprios projetos musicais.

Numa das guitarras, o prodigioso Erick Endres – que, do alto dos seus 19 anos, prepara já seu segundo disco, além de ser um dos cabeças do Endres Experience, banda-tributo a Jimi Hendrix. Erick é exatamente o perfil do guitar hero setentão, ainda que tenha nascido duas décadas depois.

Na outra, Lorenzo Flach, que também tem seu trabalho solo – além de tocar na banda de Ian Ramil e na OCLA – e é um grande buscador de texturas e sonoridades diferentes no seu instrumento.

No baixo, o suingadíssimo Bruno Vargas, da Quarto Sensorial, uma  das bandas mais interessantes da fervilhante jovem cena da música instrumental da cidade. Bruno também toca com um bocado de gente, de Carmen Corrêa a Marcelo Delacroix.

KAOS4

Foto: Victoria Venturella

Na bateria, o personal japa Lucas Kinoshita, da Trem Imperial e com vastos serviços prestados a dezenas de artistas. Além disso, na sua geração, é talvez o cara que melhor conheça – porque estuda a sério a coisa – os ritmos do cone sul, como a encrenca que é o candombe uruguaio.

Uma formação de banda de rock – voz, duas guitarras, baixo e bateria – para tocar milongas, candombes, xotes… o repertório composto por Arthur nos últimos 25 anos, escolhido entre o material de seus oito discos e infinitos projetos paralelos. Tudo num clima de Jam Band, com um pé na psicodelia.

Sim. Depois de velho, o careca deu pra isso…

O show de estreia desse kaos todo rola na próxima quinta-feira, 26, no Ocidente Acústico, que acontece no Bar Ocidente (João Telles esq. Osvaldo Aranha). O show começa às 23h, mas a casa abre às 21h.  Os ingressos custam  25 pila. Outras informações: www.barocidente.com.br