Archive for the ‘Fotos’ Category

Natalia Nissen / Josefina Toniolo

Na última quarta-feira, 30 de setembro, assistimos a um ensaio da banda Áudio Etílico e vamos dividir com os leitores a experiência.

It’s a long way to the top if you wanna rock’n’roll!

@_natiiiii

“Pensei que a gente nunca ia chegar” e foi assim que quebramos o gelo depois de uma longa caminhada ao desconhecido. Exatamente, não sabíamos o endereço, só tínhamos uns três pontos de referência. Mas foi só achar uns carros com adesivo “Áudio Etílico” que o “problema” foi resolvido.

Os guris foram super receptivos. Começamos a conversa com as típicas perguntas de jornalista querendo bisbilhotar a história e o futuro da banda; conversa vai, conversa vem e o ensaio começou. O ensaio acontece num estúdio pra lá de “aconchegante”, como eles dizem. A cerveja gelada ajudava a resfrescar, afinal, “calor” é pouco pra definir. Também não era muito fácil fazer foto por causa da questão de espaço, mas até que nos viramos bem. E é esse o “encanto” da coisa, a necessidade de aprender a se virar e transformar o mais difícil no melhor. Não adianta ter espaço e tecnologia se não souber usar da melhor forma (isso sobre fazer música num espaço pequeno).

Começaram com “Cocaine”, música incrível do Clapton. E foi quando tocaram “A Hard Days Night” que eu percebi que aquela era a música perfeita para o dia. Depois de aula e gravação do trabalho de radiojornalismo eu precisava mesmo era de uma boa música. E foi isso que os guris da Áudio Etílico fizeram, tocaram música boa, sem cerimônias.

Não posso deixar de comentar que depois ficamos lá conversando, noite adentro, e pudemos perceber que eles (felizmente!) não falam só de música. Rockeiros também sabem conversar sobre outros gêneros musicais, carros, tratores, gatos, política, economia, e o que mais surgir como assunto. Cada integrante da banda pode ter uma opinião e todos se respeitam. Enquanto um se diz completamente contra a “comercialização” da música, outro admite que até a banda mais independente se vende; um é mais quieto, outro é contador de histórias.

Para encerrar meu “depoimento”, meus sinceros agradecimentos aos “Etílicos” que nos receberam tão bem.

 

– @jositoniolo

Saímos da gravação de um radiojornal, com a cabeça a milhão. Depois de uma passadinha na casa das gurias (porque eu nem fui pra casa), resolvemos ir atrás da nossa pauta e honrar o nome do blog. Tudo lindo e maravilhoso na teoria: “é só passar a Mabella e andar mais um pouquinho que vocês encontram a capela Santo Antônio, aí vocês já vão ouvir o barulho.” Aham, senta lá. Caminhamos quase uma hora e falamos com umas 14 pessoas na rua querendo saber onde ficava o dito “esconderijo”. Mas não tenho do que reclamar, criamos várias teorias e rimos muito no caminho, o que valeu o esforço.

Encontramos o lugar e minha reação antes de chegarmos foi: “Eu quero voltar, Nati!”. Sim, totalmente “maduro” de minha parte, mas a ideia de chegar num lugar onde eu só conhecia as pessoas de vista me apavorava. Depois que entramos e nos apresentamos, percebi que eu estava sendo muito idiota por estar envergonhada, eles foram super simpáticos e em poucos minutos já me sentia em casa.

Fomos até o estúdio, super caseiro e aconchegante, com uma enorme bandeira do Rio Grande do Sul na parede. Correspondeu bem ao que eu imaginava, porque, como a Nati bem observou na hora, quando é perfeitinho demais perde a graça. “Born to be wild”, “Love me two times”, “My generation”e “Come Together” foram algumas das músicas da noite. A maior dificuldade nem era o espaço ou a câmera com o fotômetro estragado, mas sim, a vontade de cantar e pular junto. Tínhamos que nos comportar como “jornalistas” e entre câmera e bloco de notas cantávamos baixinho alguns refrões e batucavámos com a caneta.

Depois do ensaio propriamente dito, ficamos lá conversando durante horas. E, por incrível que pareça, sempre tinha assunto (e, definitivamente, não só música). Bom, poderia continuar contando várias coisas, mas paro por aqui, porque já me estendi demais. Em suma, foi uma noite memorável. Devo agradecer a gentileza dos guris da Áudio Etílico e desejar muito sucesso para a banda!

 

E para matar um pouco da curiosidade de quem ainda não conhece a banda, deixamos o link da página no PalcoMP3.
(Fotos: Josefina Toniolo e Natalia Nissen)

Carol Govari Nunes – @carolgnunes

Capa da revista Inked (Divulgação)

Conceituada lá fora, chegou ao Brasil uma revista que fala sobre arte, cultura pop, moda e principalmente sobre tatuagens: a revista Inked. E nada menos que a cantora Pitty para estampar a capa da edição de lançamento da revista.

Adoro tatuagens, embora ainda não tenha nenhuma no meu corpo. Acho que dá um toque de personalidade em quem as tem. Gosto bastante das que não ficam muito a mostra, mas isso é outro assunto.

Não é para falar de tatuagens, este texto. É para falar do mistério provocado por fotos não tão objetivas assim. Não me chamam a atenção pessoas sem mistério, gosto daqueles que falam de menos, eles tem um quê meio perigoso e atraente. Gosto de fotos com essas mesmas características, também.

Pitty, nas páginas da Inked, revelou suas generosas curvas (e tatuagens, para não fugir do tema da revista) em fotos que, em dias que a nudez é tratada com total banalização, elevam o conceito de erotismo. Sabe aquela foto “vou perturbar sua imaginação?” Pois é. Olhando cuidadosamente cada detalhe, há fotos que revelam algo que passa batido aos desprovidos de atenção.

Pitty em uma das fotos da revista (Foto: divulgação)

Certa vez, li no artigo “A escrita em si na correspondência de Clarice Lispector” uma frase que Clarice escreveu para Fernando Sabino: “Falta demônio nessa cidade”. Boa definição. Se faltava demônio em Berna, onde Clarice morava na época em que escreveu tais cartas, posso dizer que há demônio na Inked e que falta demônio na Boa Forma.

Há demônio nas fotos em que você tenta desvendar o que quase não aparece, falta demônio nas fotos da Playboy. Tem mais demônio no olhar da Pitty do que na bunda da Cléo Pires. Sou do time dos que preferem aquilo que tem estoque, aos que expõem tudo na vitrine. E estoque, mais uma vez, a Pitty mostrou que tem.

E eu, assim como Clarice, “termino mesmo dando um grito e comendo o primeiro boi de alma doente que eu encontrar; falta demônio na cidade”.