Archive for the ‘Biografias’ Category

Natalia Nissen@_natalices

Não é a primeira vez que eu digo ou escrevo: 2014 não tá fácil. Sorte a nossa que o ano passou rápido e daqui a pouco já é 2015. Porque olha, perdemos um bocado de gente talentosa este ano. Ontem cheguei em casa e li a triste notícia da morte do Luciano Leindecker. Perdemos um Cidadão. Perdemos precocemente um baita artista.

Vibrei quando a Cidadão Quem anunciou a turnê de comemoração dos 20 anos de carreira. Que coisa linda! Feliz de nós que temos 20 anos de registros de puro talento. Ainda assim, o cara foi cedo demais. Eu, pelo menos, consegui acompanhar os últimos 14 anos…  E o ser humano é tão inteligente, mas ainda somos vencidos pelas doenças. E aí vem um sentimento enorme de impotência. Luciano morreu em virtude de complicações relativas a um câncer. E eu só consigo dizer: que grande bosta! Porque eu ainda estou digerindo tudo isso.

Que o Cidadão descanse em paz.

E agora, uma música lá do “Girassóis da Rússia”. Dos tempos que eu era uma pirralha e dava os primeiros passos como tiete.

“Eu tô indo embora, estava de passagem. Volto outra hora, na cara e na coragem”.

Carol Govari Nunes@carolgnunes

Sinto nostalgia de uma época em que nem vivi. Época onde Elvis Presley e Marilyn Monroe, por exemplo, seduziam através do mistério que os envolvia, onde o que importava era o que eles de melhor tinham a oferecer: sua arte. Digo isso porque, como vocês sabem (ou não), tive uma crise de tendinopatia que me deixou quase três meses sem poder digitar/escrever. O supra-sumo do tédio-beirando-a-insanidade para uma jornalista verborrágica em caracteres como eu. Mesmo sem poder digitar, meu laptop não conseguiu habeas corpus da nossa relação – passei a um tipo de voyeurismo virtual – e comecei refletir até onde a interatividade atinge as relações virtuais.

Se antes biografias saciavam a curiosidade do público, hoje os sites relatam cada passo dessas celebridades. Temos acesso à intimidade de  qualquer artista que coloque o pé na rua. Até os que não colocam, comentários são inventados. Não sei, mas tanta interatividade condicionou a relação artista-plateia a algo que eu ainda não consegui definir. Sei que estamos em uma época em que não há mais público pacífico – todos comentam, todos querem dar a resposta (e não me excluo, pois faço parte dessa geração), mas acho que esse negócio ta virando uma promiscuidade virtual. “Fulano veste casaco e chinelo em evento”, “Por que não mostra foto da banda?”, “Não some! Queremos saber como anda sua vida!”, “Odiei isso, corta o cabelo assim, e não assado”. Se antes músicos eram admirados pela música que faziam, hoje precisam dar satisfação de cada segundo do seu dia a dia.  Cadê o mistério? Cadê a vida particular? Cadê “vamos esperar a obra”? Eu sei menos da vida do meu vizinho de cima do que da vida de muitos artistas por aí, e pior, sem querem saber. Acho que a função da interatividade virtual não é bem essa.

E sobre meu voyeurismo virtual, sabem que eu até me adaptei?! Falar menos, não se expor tanto, comentar muito pouco. Dizem azamiga que o meu “falar menos” ainda parece “uma lauda de 15 páginas”. Mesmo assim, pra mim, já é um avanço virtual. Se eu vou continuar assim pra sempre, eu não sei, mas, por enquanto, o meu punho agradece.