Carol Govari Nunes –@carolgnunes
Considerado um marco histórico na música nacional, o disco Afrociberdelia, lançado em 1996 por Chico Science & Nação Zumbi, está sendo celebrado em uma turnê comemorativa às duas décadas do disco. Passando por diversas cidades do país, na última quinta-feira, dia 7, a banda se apresentou em Porto Alegre, no bar Opinião, após 7 anos sem fazer shows na capital.
Foi uma noite que trouxe na íntegra o disco que balançou (e redefiniu) a trajetória da música feita no país. No local, muitas pessoas que estiveram ali 20 anos antes, na turnê de lançamento do disco, celebravam a memória de Chico Science. Várias histórias também de pessoas que acabaram não indo por vários motivos (e principalmente pela rápida ascensão da Nação Zumbi, pensando que “certamente logo haveria outro show”) e que não tiveram essa oportunidade devido à morte precoce do frontman da banda. Falando em frontman, ouvi também de amigos “metaleiros” que Chico Science foi o maior frontman que eles viram num palco; que até hoje não há nada parecido com a performance dele. Então além de relembrar um disco sensacional, foi uma noite de relembrar histórias envolvendo Chico, Nação, manguebeat e música pop.
Após tocar o disco na íntegra, com os clássicos “Maracatu Atômico”, “Macô” e “Manguetown”, a banda voltou para um bis com 4 ou 5 músicas. Entre elas, “A Praieira” e “Quando a Maré Encher”. Eventualmente o show foi marcado por problemas técnicos e pessoas mal educadas gritando para o técnico de som “aumenta isso aí, pô!”, como se a banda (ou qualquer profissional) adorasse trabalhar com o som baixo/desregulado. Uma microfonia aparecia, caso o som fosse aumentado. Coisa de show, acontece. Em um momento, Jorge du Peixe teve que explicar calmamente para uma pessoa exaltada, que estava grudada no palco, que não tinha como aumentar o som e que ela estava em um lugar pouco privilegiado, em frente ao meio do palco, e as caixas de som estavam nas laterais. Acreditem: gritar com os músicos ou com a equipe não resolve o problema; se movimentar e tentar encontrar um lugar onde o som está melhor, sim.
Em suma, foi um show ótimo e emocionante. Eu nunca tinha visto a Nação Zumbi ao vivo e sempre tive curiosidade. Saí do bar satisfeita e louca pela próxima.