Fugir pra outro lugar, em uma outra direção

Posted: 21/07/2014 in Rock
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Carol Govari Nunes@carolgnunes

Aí que de repente eu voltei pra 2005 e pro álbum “Felicidade Instantânea”, do CPM22. Isto é, adolescência mode on. É provável que isto tenha sido motivado pelo clipe de “Um minuto para o fim do mundo” (do Acústico, gravado em 2013), que está passando repetidamente na TV, e me fez dar uma mexida nas memórias sofridas de todo adolescente que se preze.

Ouvi CPM22 de 2000 a 2005, ou seja, a banda foi trilha sonora de uma fase bem simbólica da minha vida. Depois, não sei por que, mas me distanciei do som da banda e confesso que não conheço nada de 2005 pra cá. Mas o que me fez escrever esse texto foram as sensações que “Um minuto para o fim do mundo” me trouxeram à tona: quem nunca achou que ia morrer por amor?  Quem nunca achou que perder alguém por um segundo seria o fim do mundo? Eu morria a cada meio ano, e muitas vezes por relacionamentos que só existiam na minha cabeça. Típico de adolescente. Culpa dos hormônios, provavelmente.

 Eu vivia numa mistura de “não sei viver sem ter você” com “doença de amor se cura com outro / o meu coração precisa paixão se não bate pouco” (essa já da Rita Lee, presente na minha vida desde sempre) que se repetia sem que eu percebesse e entendesse o que estava acontecendo. É legal olhar pra trás e perceber como a gente amadurece emocionalmente. Por mais que eu continue sendo exagerada em vários aspectos – pois isso é da minha personalidade e não há como fugir –, no quesito ‘relacionamento’ me encontro muito bem, obrigada, e isso é que é o mais interessante: voltar pra 2005 e perceber que, se eu estou muito bem hoje, é porque vivi intensamente toda essa fase de montanha-russa emocional e inconstância de sentimentos. Melhor ainda é que não tenho sequelas de uma adolescência morna e consigo conviver com tudo que eu fiz de errado, inclusive.

O fato é que praticamente todas as letras do CPM22 de 2000 a 2005 podiam ser usadas e escritas na agenda de todos os jovens apaixonados que namoravam um e eventualmente gostavam de outros 3, levando um pé na bunda sem saber o porquê, tadinhos. Pena que eu queimei as minhas (naquela velha tentativa de falsamente apagar tudo da memória), pois nelas continham muitas letras de músicas que me traduziam.

Nunca teve calmaria na minha vida e sempre me apropriei de músicas como se eu que as tivesse escrito. Até hoje, por mais que não esteja sofrendo por amor e nem me identifique momentaneamente com a letra, acho lindo e me desmantelo ao som de qualquer coisa que me machuque. Adoro ser tocada profundamente, sofrer. Na real, acho necessário. Seja por amor ou por qualquer situação. Seja ao som de “Suedehead”, do Morrissey, “Walking in the sand”, das Ronettes, “Baby please come home”, da Darlene Love ou “Um minuto para o fim do mundo”, do CPM.

E esse foi o meu momento “respirada do dia”. Agora vou voltar para os meus textos de Midiatização, Teorias da Comunicação e Audiovisualidade nas Mídias porque o tempo corre contra mim, sempre foi assim e sempre vai ser. Mas agora na academia.

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