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Carol Govari Nunes@carolgnunes

Em 2001 surgiu em Brasília a “Noite Senhor F”, e não demorou muito para que ela se transformasse em referência para a cena independente local. Desde a sua inauguração, a Noite Senhor F se tornou um dos eventos mais respeitados do país. A Noite já foi realizada em outras capitais, como Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia e Belém. Agora o evento acontece regularmente no Bar Opinião, em Porto Alegre, onde no último domingo, dia 19 de junho, aconteceu a quinta edição da Noite Senhor F.

A Catavento de Bolso abriu a Noite Senhor F no Opinião (Foto: divulgação)

A banda de abertura foi a Catavento de Bolso: formada por Fernando, Nicolas, Guilherme e Jesus, que são naturais de Canoas e Esteio. Banda mais ativa do Coletivo Tomada Rock, os músicos estão na estrada há quatro anos, sendo que dois foram apenas de ensaio. Jesus entrou por último: “eu era fã da banda e rolou de tocar com eles”, disse o tecladista, que ainda citou as duas músicas que eles lançaram na internet no primeiro semestre de 2009: “Tantas pessoas” e “Só eu que presto”.

Atualmente, eles estão gravando um EP de quatro músicas que deve ser lançado em outubro deste ano, além de uma faixa bônus que talvez entre neste primeiro EP.

Também natural da região metropolitana de Porto Alegre, a banda O Curinga, formada originalmente por João Lucchese, Diego Salles e Samuel Muller, de Novo Hamburgo,  foi a segunda atração da noite. No momento, a banda está no Estúdio Suminsky gravando um CD que provavelmente será lançado em agosto desse ano, além de ter na internet o clipe do single “Suspirando ao acordar”, gravado pelo Clube 7, uma produtora de audiovisual de Porto Alegre.

O Curinga está em estúdio e pretende lançar o disco em agosto (Foto: Carol Govari Nunes)

Em quase 3 anos de atividade, O Curinga já gravou dois EP’s independentes: o primeiro, intitulado “Embaralhado”, com três músicas, e o segundo “Prelúcio” também com três músicas.

As letras dos caras falam basicamente de pessoas e sociedade: As músicas “Primeiro, Segundo e Terceiro ato” são sobre um único personagem que veio de um livro que nos influenciou muito, chamado “O dia do curinga”, de Jostein Gaarder. O livro é sobre filosofia e daí também veio o nome da banda”, disse Diego Salles, baixista da banda.

Neste link você assiste um trecho destas músicas:  http://www.youtube.com/watch?v=QA18kwo98HI

Ao serem indagados sobre a cena independente – afinal, esse é o enfoque da Noite Senhor F, os músicos reclamam da falta de apoio local. Dizem que se a banda não tiver um contato grande, não consegue tocar em nenhuma rádio, além do público em Porto Alegre ser muito fechado, não comparecendo em locais sem uma grande atração que chame para a festa, dando preferência a nomes conhecidos. Daí a importância de tocar no Opinião, para que sejam vistos e quem sabe assim consigam contatos importantes.

A terceira e última banda da Noite foi a Volantes. Portoalegrenses radicados em São Paulo há pouco tempo, Arthur Teixeira, Bernard Simon, Fabricio Lunardi e Filipe Consoline estavam distantes da terra natal devido à agenda de shows que estão fechando por todo o Brasil, inclusive no Nordeste.

A Volantes foi a última banda a se apresentar na Noite Senhor F (Foto: Carol Govari Nunes)

No domingo eles lançaram o clipe “No Corredor, ali” dirigido por Rafael Kent, que “abraçou a causa”, segunda Arthur Teixeira, vocalista da banda. Arthur comentou também que em São Paulo são eles mesmos que fazem tudo, enfatizando o apoio da gravadora Deckdisc, que foi quem lançou através do novo selo Vigilante um compacto em vinil com as faixas “Maçã” e “No Corredor, ali”  (que você encontra no site da 7 Polegadas, além de várias outras coisas deles e de outros artistas).

– Preciso agradecer muito à Deckdisc, porque eles investem em artistas nacionais, sendo a única gravadora 100% independente do Brasil. O Rafael Ramos é muito amável e amigo de todos nós, é um prazer para a gente trabalhar em um lugar onde todo mundo acaba virando família, disse o vocalista.

A mensagem que os músicos deixam para as bandas iniciantes é que todos devem manter contato dentro e fora de Porto Alegre. Tem muita banda por aí e o mais importante é movimentar a cena, apoiar uns aos outros.

Sobre o Selo e a Noite Senhor F você encontra outras informações aqui.

Outras fotos você vê no nosso Flickr.

Carol Govari Nunes@carolgnunes

“A Trupe Delirante no Circo Voador” é o segundo DVD ao vivo da cantora (Foto: Carol Govari Nunes)

Na última quinta-feira, 16, o Bar Opinião apresentou o show de lançamento do DVD A Trupe Delirante no Circo Voador, da cantora Pitty.  Gravado em dezembro de 2010 e lançado há pouco mais de um mês, a cantora veio até a capital gaúcha com sua trupe, além de Hique Gomez fazer uma participação especial durante as músicas “Água Contida” e “Só Agora”, deixando os gaúchos enlouquecidos.

Com início por volta das 23h, Pitty e banda mostraram que continuam lotando a casa mesmo depois de 8 anos do primeiro show no Opinião. Pessoas já viajaram de vários lugares do estado – e até do país – para prestigiarem o show no Bar. Quando, em 2009, Pitty se apresentou no Pepsi On Stage, o público compareceu da mesma forma, porém, há quem diga que não rolou a mesma química que acontece dentro do Opinião. Esta é a magia de shows em lugares pequenos: público perto do artista não apenas assistindo ao show, mas fazendo parte do show. Em lugares grandes como a Fiergs e Pepsi On Stage isso não acontece, daí o calor absurdo e a vibração que você consegue sentir de qualquer canto do Bar.

Juntando isso com a qualidade do artista, não tem como não dar certo: durante uma hora e meia, ou mais, ou menos (não exija tanto assim de mim), Pitty apresentou as músicas do novo DVD e outros vários sucessos da sua carreira. Já passaram pela banda outros dois guitarristas e agora um novo instrumentista apareceu, o tecladista Brunno Cunha.

Não posso deixar de comentar o amadurecimento da cantora e banda no palco. Isso é completamente perceptível e sadio, apesar dos que insistem em chorar dizendo que não é a mesma banda do início da carreira. E é assim que as coisas devem ser, não? Mudar, evoluir. Já pensou que cansativo se a Pitty continuasse gravando discos iguais ao Admirável Chip Novo e fazendo o mesmo tipo de show?

Pitty tocou sucessos dos seus três discos de estúdio (Foto: Carol Govari Nunes)

Um detalhe interessante é que o público do Opinião mudou e o público da artista também. Há os que agiram preconceituosamente com “Me Adora” e não escutaram todo o Chiaroscuro – uma pena, já que A Trupe Delirante no Circo Voador comprova que com o passar dos anos Pitty infringiu as regras dos que queriam que ela continuasse do mesmo jeito e se solidificou como uma artista forte, independente e que evolui a cada disco.

 Mais fotos você pode ver no nosso Flickr.

Outros vídeos do show:

“Comum de dois”: http://migre.me/564zL

“Água Contida”: http://migre.me/564AB

“Hotel” (Sabonetes), por Martin: http://migre.me/564Cl

Amplifica Indie Rock

A noite seguiu no Porão do Beco, onde estava acontecendo o Amplifica Indie Rock (falamos do evento aqui) com as bandas Acústicos & Valvulados, Gulivers, The Modê e Tabascos.

Os Acústicos & Valvulados foram a última atração do Amplifica Indie Rock (Foto: Carol Govari Nunes)

Chegamos ao local por volta das 3h30min e pude assistir apenas ao show dos Acústicos & Valvulados. Depois de lançar discos com selos de importantes gravadoras, a A&V retornou ao cenário independente criando a produtora Mico e Jeg Fac, responsável pelos projetos da banda.  Mesclando sucessos dos 20 anos de carreira e do álbum Grande Presença, a banda animou os sobreviventes do Porão do Beco, já que era a última atração da noite.

E isso é tudo o que eu posso contar para os leitores do The Backstage. O resto o meu eu-etílico esqueceu, mas talvez um dia ele lembre. Ou não.