O I Congresso Internacional de Estudos do Rock teve início no dia 25 de setembro, em Cascavel-PR. Com aproximadamente 700 inscritos, o Congresso começou animando a sonolenta manhã de quarta-feira com show de abertura da banda Fulminantes. Com seu repertório variado, que ia de Led Zeppelin a The Black Keys, os rapazes cascavelenses acordaram o ainda escasso público presente logo após o credenciamento. A seguir, o convidado internacional, Prof. Dr. Sérgio Pujol, da Universidade de La Plata na Argentina, apresentou sua fala sobre o rock argentino dos anos 60, mostrando a música jovem nesse período da réplica ao original. À noite, houve uma apresentação musical e debate sobre o rock em Cascavel com músicos da banda Ecos da Tribo.
Durante as três tardes do evento, as Sessões de Comunicações Orais oportunizaram alunos de todos os lugares do país apresentarem seus artigos e resumos sobre rock. Dentre os temas dos simpósios, estavam Poéticas do Rock, Rock e Cinema, Rock e Comportamento, Rock e Contracultura, Rock e Educação, Rock e Outras Artes e Histórias do Rock. O Congresso também contava com exposições de artistas plásticos, livrarias, sebos e brechós locais, bem como um ciclo de cinema com temática musical e workshops sobre “o videoclipe e o rock” e “baixo, guitarra, música e mercado”, este último ministrado pelos músicos Nando Mello e Eduardo Martinez da banda Hangar.

Da esquerda para a direita: o debatedor Antonio Ataide, o músico João Ricardo e a Prof.ª Ms. Tânia Teixeira Pinto (Foto: Talita Moraes)
Na quinta-feira, segundo dia do evento, a programação contou com o Prof. Dr. Pablo González falando sobre o rock chileno entre 1965 e 1975, palestra e apresentação musical de Beto Eyng e Seus Capangas. Mas o ponto alto do I Congresso Internacional de Estudos do Rock se deu à noite. João Ricardo, músico, líder e fundador dos Secos & Molhados, era o convidado para uma conversa musical em comemoração aos 40 anos da banda. Com os esclarecimentos históricos da Profª Ms. Tânia Teixeira Pinto e o comando do debatedor Antonio Marcio Ataide, o músico falou sobre suas influências, os primórdios e a trajetória da banda, seu posicionamento no período ditatorial, o sucesso e o declínio.
João Ricardo não tem papas na língua, é espontâneo e fala o que pensa. Contou que sua principal influência para compor se deu através dos Beatles, banda a qual fazia novas letras para as músicas, disse que o Secos & Molhados tiveram que adotar “soluções estéticas e cênicas para que as pessoas prestassem atenção e ouvissem nossa música”, desmentiu boatos de que o fim da banda se deu por causa de brigas e afirmou que, apesar de terem tido cerca de 30 tiras de músicas censuradas, eles nunca tiveram grandes problemas no período da ditadura. Sobre sua retomada com uma nova formação da banda e viver à custa das sombras dos velhos tempos, disse:
– Eu faço Secos & Molhados quando eu quiser, na hora que eu quiser e como eu quiser. E como se diz em português castiço: foda-se!
Após responder a perguntas da plateia, João Ricardo participou de um tributo aos Secos & Molhados, cantando dois grandes clássicos da banda, “Fala” e “O Vira”, bem como uma sessão liberada para autógrafos e imprensa.
*Eduarda Wilhelm Possenti e Talita Moraes são estudantes do segundo semestre de Jornalismo da UFSM/FW
otimo. quero sempre
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